A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, fez um apelo contra o "marketing selvagem" que tem sido vítima na campanha eleitoral. Em encontro com educadores católicos, nesta segunda-feira, em Brasília, ela pediu a eles que roguem a Deus para que o povo tenha "discernimento".
"Estão dizendo aí que eu vou acabar com tudo e ainda vou acabar com o resto", disse ela, que afirmou não haver como responder aos ataques com argumentos. "Como vocês são pessoas de fé: contra o marketing selvagem, não vale argumento, só discernimento. Então peçam a Deus pelo discernimento do povo brasileiro", afirmou.
Depois, a candidata fez uma lista daquilo que, direta ou indiretamente, o PT a acusou de ameaçar: "Não dá para acreditar que uma pessoa possa acabar com o pré-sal, o Prouni, o Fies, o Pronatec, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, a transposição do São Francisco, a Transnordestina, o décimo-terceiro, as férias, privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil. Se uma pessoa pode fazer isso, é porque nós temos um país que é o que, de papel? Isso fere o bom senso, a inteligência dos brasileiros", disse ela.
O uso de ataques contra Marina Silva e Aécio Neves tem sido frequente pela campanha da presidente Dilma Rousseff. Somente na última semana, além de manter o repertório tradicional, a petista insinuou que a adversária poderia mexer nos benefícios trabalhistas e acabar com o Bolsa Família.
O fórum que participou nesta segunda-feira foi organizado pela Associação Nacional da Educação Católica (Anec). Os outros candidatos não compareceram ao evento; eles foram representados por emissários de suas campanhas. Em seu discurso, Marina lembrou as dificuldades que teve para se alfabetizar, aos 16 anos, e depois, quando vivia em um internato de freiras e precisava estudar durante a madrugada, escondida, para poder acompanhar o ritmo das aulas.
A candidata também defendeu a possibilidade de alunos carentes que estudaram em colégios particulares por meio de bolsas de estudo também possam participar do Prouni, o programa do governo federal que beneficia alunos oriundos de escolas públicas.
Em entrevista após o encontro, ela também criticou o uso do Palácio da Alvorada para a gravação de imagens ou entrevistas de conteúdo eleitoral. "O problema da reeleição é exatamente esse: o de criar uma confusão entre o uso institucional para o exercício da função e o uso dos meios e equipamentos que são do Estado para a campanha. Essa é uma ambiguidade que será resolvida com o fim da reeleição", disse ela, que promete não disputar um segundo mandato se for eleita.
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