terça-feira, 2 de setembro de 2014
LÍDER DO PT NO SENADO DIZ QUE MARINA SILVA É "FERNANDO HENRIQUE DE SAIAS"
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), fez nesta terça-feira um duro discurso no qual chamou a candidata do PSB à Presidência e ex-colega de partido, Marina Silva, de um "FHC de saias". O petista acusou Marina de agir como um "pêndulo", que se bandeia para um lado e outro, e que "vai baixar a cabeça ao mercado financeiro, deixando a política neoliberal novamente aumentar juros e voltar a inflação". "A proposta de Marina é deixar que a mão do mercado regule tudo. É dar autonomia total ao Banco Central, coisa que nem o Fernando Henrique deu. Ela, agora, propõe deixar que os tecnocratas assumam as rédeas do país. É dar prioridade à inflação mínima, como aconteceu no governo passado, chegando a 45%", criticou Costa, em discurso da tribuna do Senado. Para o petista, Marina é uma alegoria criada para ser vendida como novidade, mas tal alegoria "se travestia de velhas políticas". Ele criticou o que considera de alianças eleitorais de conveniência e disse que as "raposas" estão lá. Citou o apoio de Paulo Bornhausen, candidato ao Senado pelo PSB e filho do ex-senador Jorge Bornhausen, crítico contumaz do PT. No pronunciamento, Humberto Costa, que também é coordenador da campanha à reeleição de Dilma Rousseff em Pernambuco, explorou as incongruências de Marina. Disse que ela não aceita doações de empresas da indústria de armas enquanto o tesoureiro do PSB, Márcio França, não faz qualquer restrições a repasses. Destacou que ela não conseguiu criar seu próprio partido, o Rede Sustentabilidade, e não tem o controle da legenda que a hospeda provisoriamente, o PSB. "Que controle teria ela sobre um eventual governo? O que quero chamar atenção é para o risco dessas incongruências, a prática de pregar uma coisa e fazer outra. Essa atitude política camaleônica que não se sabe, de fato, o que esconde. É uma política errática, sem lado", disse, ao ironizar que até um vereador de Goiás conseguiu construir um partido nacional - numa referência indireta a Eurípedes Junior, presidente do PROS. O petista disse que Marina, se vencer, não teria "ninguém para governar". "Não teria base nesse Congresso, não teria aliados", afirmou.
Um comentário:
Aliados como o PT tem é bom não ter. O interessante neste pleito é que o demérito da Marina, de ser uma incógnita, está se transformando no mérito. Uma incógnita pode virar um desastre, mas também pode surpreender positivamente. Já seus adversários não são incógnitas, são péssimas opções mesmo.
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