quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Financial Times diz que governo petista de Dilma Rousseff estimulou consumidores brasileiros a gastarem tudo

"Espreme-se o máximo de suco das frutas que existem, já que não há perspectivas de colher mais", define leitor do FT

Esqueça a estagflação. Agora, o Brasil vive um período chamado "estagno-espremida". A expressão foi criada por um leitor do jornal britânico Financial Times (FT). Segundo ele, com o crescimento zero e preços mais caros ao consumidor, "espreme-se o máximo de suco das frutas que existem, já que não há perspectivas de colher mais". De acordo com o jornal, um sintoma de que isso está ocorrendo no país é a decisão do governo de sacar 3,5 bilhões de reais do Fundo Soberano Nacional para inchar o superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida pública). Recorrer ao fundo neste momento pode criar um "precedente perigoso" para o governo, diz o jornal. "Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, podem atribuir a desaceleração do Brasil à economia global, mas quase todo mundo sabe que os problemas do País são em grande parte culpa do próprio governo", diz o Financial Times: "Em vez de aproveitar os últimos anos de crescimento da demanda chinesa e do baixo custo do dinheiro global para ampliar investimentos, o governo incentivou os consumidores brasileiros a gastar tudo". Em referência ao cenário eleitoral, o Financial Times destaca as críticas da oposição à candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). A publicação lembra que Marina Silva, do PSB, diz que o governo "coloca em risco a estabilidade e o crescimento do País", enquanto Aécio Neves, do PSDB, fala que o governo demoniza o setor privado e espanta o investimento. O jornal pondera, no entanto, o governo não comete irregularidades ao recorrer ao fundo. O Financial Times ressalta que o fundo foi criado em 2008 com o objetivo de "mitigar os efeitos dos ciclos econômicos". "Dilma Rousseff está certa quando diz que o fundo é para "dias chuvosos" e, no momento, está chovendo", diz. O Financial Times ainda diz que o governo desenvolveu uma contabilidade "cada vez mais duvidosa" para o cumprimento do superávit primário, postergando para o ano que vem despesas.

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