quarta-feira, 10 de setembro de 2014

EX-DIRETOR PETISTA GUILHERME ESTRELLA DIZ QUE PAULO ROBERTO COSTA FOI "BANDIDO NO CARGO DE GERÊNCIA" NA PETROBRAS

Diante de uma platéia de petroleiros no Rio de Janeiro, o ex-diretor da área de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, se posicionou publicamente pela primeira vez sobre as denúncias de corrupção na estatal, que já levaram à prisão do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. "É um bandido que exerceu por 30 anos cargo de gerência", disse. E completou: "Nas famílias ou mesmo nas instituições religiosas, tem gente boa e gente ruim. O Paulo Roberto é um bandido, que foi denunciado por este governo". Em tom de desabafo, Estrella afirmou que o esquema de corrupção investigado na Petrobras não teve origem no governo comandado pelo PT, ao qual é filiado há cerca de três décadas, e defendeu a reeleição da presidente Dilma Rousseff para o crescimento do investimento no setor de petróleo. "Vocês estão pensando que roubalheira na Petrobras só aconteceu nesse governo?", questionou à platéia do seminário "Modelo Energético Brasileiro". Sobre o caso da refinaria Pasadena, cuja compra por cerca de US$ 1,2 bilhão é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e motivou a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) no Congresso, Estrella repetiu o argumento da presidente Dilma Rousseff, de que o resumo técnico apresentado para balizar a compra da refinaria era falho. Segundo ele, não foi dada "ênfase" nas cláusulas de "put option" (que obrigou a compra dos 50% de participação da Astra Oil pela Petrobras, em caso de desavença entre as sócias) e "Marlim" (que previa rentabilidade mínima de 6,9% à Astra) e que, de acordo o TCU, causaram prejuízos à estatal. Assim como Dilma, que presidia o conselho de administração da estatal, Estrella não negou a existência das duas cláusulas no parecer jurídico sobre as condições do contrato entre as duas empresas. Sem citar o nome do então diretor da área Internacional, Nestor Cerveró, responsável pelo projeto, ressaltou apenas que faltou "ênfase" na apresentação das condições do negócio. Para Estrella, da forma como foi apresentado o projeto, ele se enquadrava adequadamente ao plano estratégico da companhia de ampliar a produção de óleo diesel, em um momento em que o consumo do combustível crescia na mesma proporção em que a economia se desenvolvia. Por cerca de quatro horas de evento, Estrella foi o centro dos questionamentos sobre o futuro da Petrobras e do pré-sal com uma possível mudança na política brasileira, caso a candidata pelo PSB à presidência da República, Marina Silva, seja eleita. A opinião do ex-diretor é que, apesar da crise econômica mundial de 2008 ter "atropelado" o crescimento do Brasil, o PT, desde o ex-presidente e alcaguete Lula (delatava companheiros para o Dops paulista na ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr), trouxe soberania à Petrobras, em contraposição ao que ele enxerga como tendo sido o plano do PSDB, na época de Fernando Henrique Cardoso, de restringir em 40% a participação da Petrobras nas operações de exploração e produção de petróleo e gás. "Temos que nos mobilizar para eleger a Dilma. O Aécio está cremado. Mas a Marina abre espaço para um retrocesso", enfatizou.

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