O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) encerrou a segunda-feira com queda de 1,7%, para 56.818 pontos, depois de recuar 3,14%, para 55.974 pontos, na mínima do dia. As ações da Petrobras foram as mais negociadas da sessão, responsáveis por 18,63% do volume negociado na BM&FBovespa. Os papéis da estatal caíram 2,17%, para 19,42 pontos, depois de perderem 5,88%, para 19,68 pontos, na mínima do dia. Já o dólar subiu 0,91%, para 2,3944 reais, o maior patamar de fechamento desde meados de fevereiro. A moeda norte-americana chegou a saltar pouco mais de 1%, para 2,3975 reais, na máxima do dia.
O desempenho anêmico do Ibovespa e a forte valorização do dólar nesta segunda-feira ocorrem em meio ao temor do mercado com um possível avanço da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais desta semana. A pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira mostrou que Marina Silva perdeu três pontos e aumentou a distância para Dilma. A candidata do PT mantém a liderança da corrida presidencial com 37% das intenções de voto, enquanto a candidata do PSB detém 30% das intenções de voto. A margem de erro é de dois pontos. Nas simulações de segundo turno, a disputa segue bastante acirrada entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). "A especulação eleitoral continua a pleno vapor em função das pesquisas que estão para sair e tudo indica que a corrida eleitoral está cada vez mais acirrada, o que dificulta a precificação dos ativos e corrobora o aumento da volatilidade", disse o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora.
Em semana recheada de pesquisas eleitorais, o clima entre investidores é de incerteza. Os últimos levantamentos apontaram recuperação do candidato do PSDB, Aécio Neves. Apesar de Aécio ser o preferido do mercado, pesquisas apontam que ele é o que menos tem forças para vencer Dilma Rousseff no segundo turno — daí o pessimismo materializado com a queda das ações estatais na bolsa. As ações das estatais Eletrobras e Banco do Brasil tiveram as maiores quedas do Ibovespa. Vale também recuou forte, após o minério de ferro com entrega imediata na China cair abaixo de 80 dólares por tonelada pela primeira vez em cinco anos. JBS também foi destaque negativo. Fontes disseram à Reuters que a companhia adiou um plano para levantar 4 bilhões de reais com uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade de carne de suína, aves e alimentos processados.
Durante a manhã, no pior momento do pregão, o Ibovespa chegou a cair 3,14%, refletindo o pessimismo internacional generalizado com a China. O ministro das Finanças chinês, Lou Jiwei, disse no domingo que a China não alterará dramaticamente a política econômica por conta de um único indicador econômico, dias após economistas reduzirem projeções de crescimento do país após dados recentes. A declaração esfriou a expectativa de que Pequim adote novos estímulos à economia e atingiu os preços de commodities.
A perspectiva de resultado modesto do PMI industrial do país ampliou o sentimento negativo do mercado. As bolsas de Nova York também fecharam no vermelho. O S&P 500 teve a maior queda diária desde o início de agosto, após a divulgação de dados da construção mais fracos que o esperado, levantando preocupações sobre o crescimento da economia dos Estados Unidos.
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