terça-feira, 16 de setembro de 2014
Detidos com R$ 180 mil financiaram petista no Piauí
Os dois homens detidos pela Polícia Rodoviária Federal com 180.000 reais em dinheiro vivo escondidos no banco traseiro de um carro financiaram a campanha de uma candidata do PT no Piauí nas eleições municipais de 2012 – um deles, José Martinho Ferreira de Araújo, é primo do senador petista Wellington Dias, candidato ao governo do Estado neste ano. Martinho ocupa cargo de confiança no gabinete de Wellington Dias no Senado Federal e foi detido na última quinta-feira com Paulo Fernando de Sousa durante blitz na BR-242 em Barreiras (BA). Eles viajavam de Brasília ao interior do Piauí. O primo do senador assumiu a posse do dinheiro, mas não explicou a origem das notas de 100 reais com lacre de banco e selo de uma transportadora de valores, datados de 7 de setembro. A Polícia Civil prendeu Sousa por ter apresentado uma carteira de habilitação falsa. Martinho foi liberado após o registro da ocorrência na Delegacia de Barreiras. O caso é investigado agora pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Eleitoral. Nas eleições municipais passadas, Martinho e Sousa doaram recursos para a campanha da dona de casa Francisca Maria de Araújo, a Ticana, candidata do PT à prefeitura de São José do Peixe (PI). Irmã de Martinho, Ticana também é prima de Wellington Dias. Martinho fez um depósito de 3.000 reais em espécie em favor da irmã; Sousa contribuiu com recursos estimáveis em dinheiro (doação de bens ou prestação de serviços) equivalentes a 2.520 reais, de acordo com dados da Justiça Eleitoral. Ela não foi eleita. O pai de José Martinho e Ticana, Leonel Dias de Araújo, é irmão do avô do senador Wellington Dias. A família possui uma propriedade rural, a Fazenda Melancias, na região dos municípios São Miguel do Fidalgo e São José do Peixe – onde moram, respectivamente, 2.994 e 3.702 habitantes, segundo estimativa do IBGE. À Justiça Eleitoral, Dias declarou ser dono de uma propriedade rural com 115 hectares em São Miguel do Fidalgo, avaliada em 19.000 reais. O procurador regional eleitoral do Piauí, Kelston Pinheiro Lages, suspeita de três crimes: lavagem de dinheiro, compra de votos e uso de documento falso.
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