O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta segunda-feira, em entrevista ao site de VEJA, que o PSDB “não está disponível na prateleira”, em referência aos acenos da adversária Marina Silva (PSB) a nomes do partido. Presidente nacional da sigla, Aécio afirmou que, ainda que Marina fale em "governar com os melhores" caso eleita, os tucanos serão oposição em um eventual governo dela.
Em terceiro lugar nas pesquisas – sua candidatura cresceu na última semana –, Aécio afirmou que os rumos da eleição mudaram por causa de “um espaço novo e imponderável” surgido com a morte de Eduardo Campos, no dia 13 de agosto. Para ele, que não admite o discurso antecipado de derrota, uma eventual vitória de Marina Silva significaria “o recomeço para o PT”.
“O PSDB não está na prateleira disponível. O partido tem dois caminhos: Ou vence as eleições, que é o objetivo pelo qual estamos trabalhando, ou vai ser oposição”, afirmou. Na avaliação do candidato tucano, um eventual governo de Marina Silva repetiria a experiência negativa da gestão da presidente-candidata Dilma Rousseff, o que significaria que o Brasil poderia não resolver problemas atuais, como o baixo crescimento econômico e a aprovação de projetos prioritários no Congresso Nacional. “Não podemos viver uma nova experiência no governo. A experiência do PT custou muito caro ao Brasil. A Dilma foi aprender a governar no governo e não aprendeu, e Marina vai pelo mesmo caminho.”
A aliados que o acompanharam em atos políticos nas cidades mineiras de Betim e Contagem, Aécio Neves disse que “não pode arrepiar agora”. Internamente, a campanha trabalha para chegar o mais rápido possível a um cenário de empate técnico com Marina. Após cumprir agenda em Contagem, Aécio evitou afirmar que Marina Silva ficaria “refém” de grandes partidos políticos no Congresso, caso saia vitoriosa nas eleições de outubro. “O problema da Marina é que ela não se preparou para um projeto como esse e não vejo nela condições de liderar uma agenda para o Brasil, até porque ninguém conhece de fato qual a agenda dela”, avaliou.
Pela manhã, Aécio participou de carreata na cidade de Betim e voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff sobre os escândalos da Petrobras. Na avaliação do tucano, é uma “piada” a nova estratégia da petista de tentar colar a imagem do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, no PSDB, ainda que o ex-dirigente tenha ocupado a chefia da Gaspetro no governo Fernando Henrique Cardoso. “Agora não é mais o Paulo Roberto. Ele diz que outros diretores também estavam envolvidos neste propinoduto, neste petrolão que se transformou a gestão do PT na Petrobras. Se a presidente da República não conseguiu, como presidente do conselho da empresa durante doze anos, administrar a nossa maior empresa pública, não tem autoridade para seguir um mandato para administrar de novo o Brasil”, disse.
Em Minas Gerais, seu reduto político, Aécio tem intensificado a agenda ao lado do candidato do PSDB ao governo do Estado, Pimenta da Veiga, como forma de evitar que o partido que governa o Palácio Tiradentes há doze anos sofra uma de suas maiores derrotas nessas eleições. O petista Fernando Pimentel lidera as intenções de voto vinte pontos à frente do concorrente tucano. O senador anunciou que, se eleito, vai criar 500 clínicas em cidades-polo para realizar consultas e exames especializados. De acordo com ele, o BNDES financiaria as clínicas após o Ministério da Saúde detectar que tipo de atendimento cada uma dessas unidades deverá fazer. “Essa é uma forma inteligente de nós levarmos atendimento especializado a regiões do Brasil onde não há especialidade médica”, disse.
Betim - Em toda a agenda desta segunda feira, Aécio pediu que os eleitores de Minas tirem o PT do governo e disse que precisará da ajuda dos mineiros para conquistar mais votos. Concluindo a agenda em Betim, o senador fez discurso em uma praça e cumprimentou comerciantes que o acompanhavam durante o ato político. Ainda nesta semana, ele retorna a Minas para uma rodada de atos políticos ao lado de Pimenta da Veiga.
Em Betim, Aécio voltou a atacar suas duas principais concorrentes, Dilma Rousseff e Marina Silva, e disse que “uma mente” e “a outra desmente”. O candidato, que já havia dito que não iria recorrer ao vale-tudo nessas eleições, tentou desqualificar as adversárias apontando contradições em seus discursos. Em referência a Dilma, disse que “temos uma candidata que mente, como mentiu recentemente dizendo que seus adversários iriam acabar com os programas sociais”. Sobre Marina, atacou: “Do outro lado, temos uma candidata que se desmente o tempo inteiro. Haja vista que parece que seu programa de governo foi feito a lápis, para que se possa passar uma borracha quando determinado compromisso contraria segmentos que ela acha estratégicos para sua campanha”. Ao lado do tucano, Pimenta da Veiga pediu votos para não permitir que vença “o PT dos escândalos, da incompetência administrativa e da economia parada, que tem feito tão mal ao Brasil”. No ato de campanha em Contagem, Dilma foi apresentada ao eleitores pelo locutor tucano como “o dragão da inflação”.
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