sábado, 30 de agosto de 2014

SETOR PÚBLICO APRESENTA TERCEIRO DÉFICIT PRIMÁRIO CONSECUTIVO EM JULHO, DE R$ 4,7 BILHÕES

O setor público brasileiro teve déficit primário de 4,715 bilhões de reais em julho, registrando pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2001, três meses consecutivos de déficit primário e escancarando a dificuldade do governo de manter as contas equilibradas em meio a uma economia em recessão. O déficit de julho, que foi impactado pela piora do resultado dos Estados e municípios, mais que dobrou em relação a junho, quando o resultado ficou negativo em 2,1 bilhões de reais, mostraram dados divulgados na sexta-feira pelo Banco Central. Em julho do ano passado, o setor público tinha registrado superávit primário de 2,3 bilhões de reais. O resultado primário também veio pior do que o projetado por analistas, cuja mediana apontava saldo positivo de 200 milhões de reais. O governo brasileiro tem como meta fiscal para este ano um superávit primário de 99 bilhões de reais, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado do ano até julho, o superávit primário do setor público soma para 24,7 bilhões de reais, 65% menor que o superávit de 71,2 bilhões de reais no mesmo período do ano passado. Com isso, ficou ainda mais distante a possibilidade do governo cumprir a meta fiscal do ano. Em 12 meses até julho, o superávit primário recuou para 1,22% do PIB. A deterioração das contas públicas nos últimos anos abalou a confiança dos investidores na economia brasileira, levando a agência de classificação de risco Standard & Poor's a reduzir o rating do Brasil.

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