Se alguém conseguisse enxergar as vontades mais recônditas do PT, eu diria que, se o partido tivesse de escolher entre vencer a eleição presidencial e a disputa para o governo de São Paulo, ficaria com a segunda alternativa. Dados os números do Ibope, no entanto, o partido pode ficar sem uma coisa nem outra. Se a eleição fosse hoje, diz o instituto, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, teria 50% das intenções de voto e seria reeleito no primeiro turno. No levantamento de julho, tinha o mesmo índice. Em segundo lugar, está Paulo Skaf, do PMDB, com 20% — contra 11% no levantamento anterior. Alexandre Padilha, do PT, também segue no mesmo lugar, com 5%. Os brancos e nulos juntam 10%, e 11% dizem não saber em quem votar. Os demais candidatos somam apenas 3%. A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 25 de agosto, ouviu 1.512 pessoas e está registrada no TSE sob o número BR-419/2014.
No voto espontâneo, em que os nomes não são apresentados, a liderança de Alckmin é folgada, com 29%, contra 9% de Paulo Skaf e apenas 3% de Padilha. Embora o tucano vencesse a disputa no primeiro turno com folga, o Ibope fez uma simulação de segundo: o atual governador venceria o candidato do PMDB por 55% a 28%.
Os números não poderiam ser melhores para Alckmin e piores para Padilha. O petista, que tem apenas 5% dos votos, lidera a rejeição: dizem que não votariam nele de jeito nenhum 26% dos entrevistados. Na sequência, vêm Alckmin, com apenas 19%, e Skaf, com 12%. Vale dizer: o saldo positivo do tucano é de 31 pontos, e o do peemedebista, de 10. Já o petista tem um saldo negativo de 21 pontos.
A avaliação do governo Alckmin também segue num patamar bastante apreciável. Para 41%, o tucano faz um governo “ótimo ou bom”; consideram-no regular 36% dos ouvidos, e apenas 19% dizem que é ruim ou péssimo. Aprovam o modo como o governador conduz o Estado 56% dos entrevistados, contra 32% que o reprovam — com saldo positivo de 24 pontos nesse quesito.
O PT, parece claro, não vive um bom momento no Estado e na cidade de São Paulo. Já observei aqui algumas vezes e volto ao ponto: os adversários de Alckmin insistem em responsabilizá-lo, por exemplo, pela crise hídrica do Estado. Ora, a afirmação contraria a experiência das pessoas, que sabem que isso não é verdade. Mais: anuncia-se a existência de um racionamento que não existe. As cidades que padecem com a falta sistemática de água não são servidas pela Sabesp.
Alckmin, tudo indica, vai torcer para que seus adversários continuem nessa toada. Se a eleição fosse hoje, ele venceria a disputa com 22 pontos de vantagem sobre a soma de seus adversários: 50% a 28%. Por Reinaldo Azevedo
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