domingo, 24 de agosto de 2014
DILMA ABANDONA A DEFESA DA PETISTA GRAÇA FOSTER, AGORA A DEMISSÃO É SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO
Diante das provas contra Graça Foster, que transferiu bens para os filhos para fugir de punições do Tribunal de Contas da União, a petista Dilma abandona a companheira. Isso não é nenhuma novidade no petismo. Agora, Graça Foster, presidente da Petrobras, está com os dias contados. Depois de o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal, decidir fazer delação premiada, a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse na manhã deste domingo que a empresa "é muito maior que qualquer agente dela" e que a Petrobrás "está acima" de eventuais falhas de conduta de seus funcionário "Não se pode confundir as pessoas com as instituições. A Petrobrás é muito maior que qualquer agente dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes - ou, se for julgado, que se mostre que foi condenado. Isso não significa uma condenação da empresa", disse Dilma, em coletiva de imprensa concedida na manhã deste domingo no Palácio da Alvorada. "Posso te falar uma coisa? O Brasil e nós todos temos de aprender que, se pessoas cometeram erros, malfeitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que as instituições tenham feito isso". Horas antes de Paulo Roberto Costa se decidir por falar o que sabe de corrupção em negócios da Petrobrás, na sexta-feira, 22, a Polícia Federal deflagrou a quinta fase da Lava Jato e vasculhou os endereços de 13 empresas de consultoria, gestão e assessoria, todas situadas no Rio de Janeiro e ligadas a uma filha, Ariana Azevedo Costa Bachmann, a um genro, Humberto Sampaio Mesquita, e a um amigo dele, Marcelo Barboza. Acuado, na iminência de sofrer uma sucessão de condenações como réu da Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa considera que não tem a menor chance de sair da prisão tão cedo. Ele quer preservar seus familiares, que também se tornaram alvos da Lava Jato. O ex-diretor está preso na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em Curitiba. Na avaliação de Dilma, não existe "nenhuma instituição acima de qualquer suspeita quando se trata dos seus integrantes". "Inclusive, nas instituições - qualquer uma - e nas empresas - inclusive nas que vocês trabalham -, pode ocorrer isso", afirmou a candidata.
Um comentário:
Muitas vezes, o melhor que podemos falar é aquilo que tentamos veemente negar. Separar as pessoas das instituições... Pois bem, 'instituição' têm caráter próprio? Age independentemente da ação dos indivíduos que a integram? As interações que os indivíduos que fazem parte do quadro de funcionários da empresa está deslocada da ação resultante desta empresa? O fato de uma empresa ter 51% do seu capital nas mãos do estado significa que ela esteja imune a algum tipo de malversação de seus recursos? Dos fundos públicos?
Caros, este raciocínio, do qual uma entidade é independente da ação de indivíduos que a compõem, sobretudo se estes indivíduos são, hierarquicamente superiores podendo determinar e decidir sobre ações desta mesma empresa é um dos equívocos mais frequentes em ciências sociais. E é exatamente por isto que muito do que se faz em nome de ciência social simplesmente não é ciência, porque enquanto nos basearmos em mitos não verificáveis, não testáveis, imunes à qualquer experimentação e refutação -- as grandes categorias coletivas --, nós não temos o que se chama Ciência e, portanto, não temos conhecimento com o mínimo de objetividade. Temos, na melhor das hipóteses, apostas e mentiras bem elaboradas.
O coletivismo metodológico expresso na fala de nossa presidente é sintomático, visa blindar teoricamente a instituição mal gerida de seus agentes públicos. É uma desculpa e temo que a descoberta de jazidas do pré-sal nos deem mais desculpas que óleo.
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