domingo, 24 de agosto de 2014

A PETROBRAS QUER REAJUSTE NO PREÇO DE COMBUSTÍVEIS APESAR DA QUEDA NA DEFASAGEM COM PREÇOS INTERNACIONAIS

A Petrobras continuará reivindicando o reajuste dos preços dos combustíveis, apesar da recente redução da defasagem entre os preços praticados no mercado interno e externo, que tem gerado prejuízo para a estatal. Os preços de petróleo no mercado externo atingiram as mínimas de vários meses, pressionando na mesma medida os preços dos combustíveis que a estatal compra no mercado global para atender a demanda interna. As cotações do petróleo Brent, referência do mercado internacional, do petróleo nos Estados Unidos acumulam queda de cerca de 10 dólares por barril desde junho. O cenário de preços menores no Exterior dá um alívio ao caixa da empresa, cujo acionista controlador, o governo federal, não permite o repasse aos consumidores brasileiros dos preços mais elevados praticados no exterior, para não pressionar a inflação. "Se continuar assim a tendência é de uma convergência no momento atual, mas houve divergência até pouco tempo", afirmou uma fonte. No primeiro semestre, a estatal importou 415 mil barris de derivados de petróleo por dia, 31% acima do registrado no mesmo período de 2013, de 318 mil barris/dia. Segundo um estudo da GO Associados divulgado na quinta-feira, a defasagem do preço da gasolina no Brasil ante o valor registrado nas refinarias nos EUA deve ficar em 11% em agosto, abaixo da defasagem de 13% em julho e dos 18% de junho. Esse percentual é o menor registrado pela consultoria desde novembro do ano passado, quando houve o último reajuste do combustível no Brasil, de 4% nas refinarias. Segundo o estudo, a diferença do preço do diesel --combustível mais vendido pela Petrobras-- deverá ficar neste mês em 4% cento, menor nível desde o início dos registros pela consultoria em agosto de 2013. Em agosto do ano passado, a defasagem do diesel ante a cotação externa era de 22%. As fortes importações de combustíveis têm pressionado o caixa da Petrobras. No segundo trimestre a área de abastecimento, responsável pela compra e venda de combustíveis, registrou prejuízo de 3,9 bilhões de reais. Para que a situação da empresa melhore e o caixa seja menos pressionado, além de um reajuste nos preços dos combustíveis, a Petrobras precisaria aumentar a produção interna de petróleo e ampliar sua capacidade de refino. Uma das apostas é a entrada em operação da Refinaria do Nordeste (Rnest) no mês de novembro. A construção de duas novas unidades de processamento, Premium 1 e 2, no Nordeste do País, estão no Plano de Negócios da Petrobras, mas a viabilidade econômica dos projetos ainda não foi comprovada. Com a entrada das unidades, o Brasil poderá eventualmente se tornar autossuficiente na produção de óleo diesel.

Nenhum comentário: