E vagabundos disfarçados de black blocs — fossem black blocs disfarçados de vagabundos, daria na mesma — tentaram fechar a Radial Leste, via de acesso ao Itaquerão. Chegaram a obstruí-la por algum tempo, mas a tropa de choque da Polícia Militar entrou em ação e impediu a ação da bandidagem mascarada.
Metroviários fizeram um protesto próximo à sede do seu sindicato e, ora vejam, os mascarados, para todos os efeitos, “se infiltraram” na manifestação, conforme noticia parte da imprensa. Deve ser a primeira vez na história que, à luz do dia, dezenas de mascarados vão chegando a um protesto sem que ninguém perceba. É preciso dizer a verdade aos leitores, não é? Não se tratava de infiltração, mas de parceria. Não é a primeira vez que essa canalha promove ações conjuntas com a extrema esquerda. No Rio, os parceiros preferenciais são do PSOL. Em São Paulo, pelo visto, eles podem se juntar ao PSTU, que manda no Sindicato dos Metroviários.
O “Grande Ato 12 de Junho Não Vai ter Copa” foi organizado por seis autointitulados “coletivos”. Pelo menos quatro jornalistas ficaram feridos: uma repórter da rede americana CNN, uma produtora da emissora, um assistente de câmera do SBT e um fotógrafo da Associated Press. Cumpre destacar desde logo, antes que comece o chororô corporativo, que bombas de gás ou de efeito moral não costumam distinguir jornalistas de não-jornalistas. À Polícia Militar cabe a difícil tarefa de conter gente que vai para o tudo ou nada. Repórteres, infelizmente, correm risco em coberturas assim — no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.
No fim da contas, constata-se: enquanto a presidente Dilma Rousseff e Gilberto Carvalho passam, na prática, a mão na cabeça de baderneiros, sobra para a Polícia Militar — e para o governo de São Paulo — a responsabilidade de manter a ordem, o direito de ir e vir e as demais garantias constitucionais.
Enquanto o pau comia, Dilma estava hospedada num hotel em Guarulhos. Almoçou com autoridades e chefes de Estado e seguiu para o Itaquerão às 14h10, acompanhada do governador Geraldo Alckmin e do prefeito da Capital, Fernando Haddad. Indagada se arriscava algum placar, deu uma resposta densa: “Estou em concentração, gente. Concentremo-nos”.
Por Reinaldo Azevedo
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