domingo, 4 de maio de 2014
ECONOMISTA PREVÊ QUE CIDADES ENTRARÃO EM CRISE APÓS A COPA DO MUNDO
Economista do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), Sandra Quintela alerta que as dívidas dos municípios em função da Copa do Mundo evento poderão resultar em crises nos próximos três anos. “As cidades foram estimuladas a se endividar”, diz, destacando que, durante a preparação do Mundial, foram autorizadas, pela Lei 12.348, a tomar novos empréstimos, mesmo se a dívida total delas já estivesse acima da receita líquida real. Sandra Quintela aponta como negativas mais duas medidas tomadas para viabilizar a Copa: as isenções fiscais concedidas ao Comitê Organizador Local (COL), à Fifa e demais empresas ligadas à promoção da Copa de 2014, assim como a alteração na Lei de Licitações, que passou a permitir a uma empresa executar uma obra sem o projeto definitivo. “Tiveram que fazer vários ‘puxadinhos’, arremedos nos projetos, contratação de mais serviços para que as obras fossem feitas a toque de caixa”, critica. Com isso, segundo a economista, aumentou a expectativa de gastos com a Copa, que, há quatro anos, era de aproximadamente R$ 20 bilhões: “Os interesses privados foram favorecidos em detrimento do interesse público”. Estádios, como o de Manaus, com capacidade para receber mais de 44 mil pessoas por partida, podem acabar subutilizados, após o Mundial, como ocorreu com as instalações feitas para os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. A economista acredita que esses gastos com infraestrutura e mobilidade seriam feitos no País, independentemente da realização da Copa. O evento, contudo, contribuiu para que fossem feitos de forma acelerada, sem planejamento ou controle social, avalia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário