Em 2010, Dilma trocou um debate da Igreja Canção Nova pelas canções de um CD do Pato Fu. Em 2014, a sua cadeira deverá ficar vazia em muitos debates, por puro medo de enfrentar o novo.
O presidente do PT, Rui Falcão, acredita que há debates eleitorais demais no Brasil, o que está levando o modelo à “banalização”. Para ele, o número precisa ser reduzido e os veículos de comunicação deveriam fazer consórcios para a realização deste tipo de evento. “O excesso de debates bloqueia muito a agenda dos candidatos e ao mesmo tempo cria sensação de déjà vu, vai repetindo perguntas e respostas (...) temos que valorizar mais os debates, que estão se banalizando pelo excesso”, disse Falcão. A postura do petista contrasta com a do partido há alguns anos. Em 1998, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se recusou a participar de debates, foi duramente criticado pelo PT. Hoje, com seu partido no governo central, Falcão acredita não só que há excesso de debates, mas também afirma que eles prejudiquem a agenda dos candidatos, que mobilizam cerca de três dias para cada evento. “Caso aconteçam 10 debates durante a eleição, um mês da agenda dos candidatos será tomado somente com debates.” Questionado sobre a participação da presidente Dilma Rousseff, Falcão disse que ela deve participar de “alguns” debates. Não quis, no entanto, dizer quantos. Dentro do PT, comenta-se que ela deve participar de dois ou três. “Os eleitores gostam do contato direito, da presença, da simpatia (...) a presidenta fez muitos debates na campanha de eleição (...) vamos propor a quem nos convida para tentar fazer junção dos veículos para valorizar os debates e permitir que os candidatos viagem mais e tenham mais contato direto com os eleitores”, disse. Na eleição passada, Dilma participou de cinco debates de TV e de um online promovido pela Folha e pelo UOL, empresa do Grupo Folha. No segundo turno ela debateu com o então candidato José Serra (PSDB) em quatro ocasiões. De 1989 para cá controvérsias têm marcado os debates eleitorais. Em 2006, o ex-presidente Lula adotou uma estratégia por ele criticada em eleições anteriores e não participou de debates no primeiro turno das eleições. No último evento, promovido pela Globo, em vez de debater, ele participou de um comício. À época, sua equipe acreditava que ele venceria a disputa sem a necessidade de um segundo turno. Durante o evento, sua cadeira vazia foi mostrada na TV e o petista foi alvo de críticas. A eleição foi para o segundo turno. Antes disso, em 1998, na tentativa de reeleição, foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que não participou de debates. No seu caso, venceu a eleição no primeiro turno. Em 1989, o então candidato Fernando Collor de Mello, que viria a ser eleito e se tornaria o primeiro presidente a sofrer um processo de impeachment, não quis participar de debates no primeiro turno. Naquela eleição, 22 disputaram o cargo mais alto da República na primeira eleição direta desde a redemocratização. No segundo turno, Collor e Lula debateram, naquele se tornou um evento considerado de grande relevância para a eleição de Collor.
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