quarta-feira, 26 de março de 2014

CÂMARA CHAMA EX-DIRETOR DA PETROBRAS E GUIDO MANTEGA PARA EXPLICAR A COMPRA DA REFINARIA DE PASADENA

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira convite para ouvir o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras. A operação causou prejuízo de 1,18 bilhão de dólares. Apesar de o ex-diretor não ser obrigado a comparecer à Câmara – foi aprovado um convite, e não uma convocação –, partidos de oposição negociaram previamente com ele para assegurar o comparecimento. O requerimento foi aprovado por uma margem apertada de votos – oito a favor e seis contra –, com o apoio de rebeldes da bancada do PMDB. Na última sexta-feira, Cerveró foi exonerado do cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora. Ele estava na companhia há trinta anos e foi apontado pela presidente Dilma Rousseff como responsável pelo relatório "falho" que subsidiou a compra da refinaria de Pasadena. Em 2006, ano da compra da refinaria de Pasadena, Dilma era presidente do conselho de administração da Petrobras — e chancelou, apoiando-se nos votos favoráveis de todos os demais conselheiros, a conclusão do negócio. A presidente afirmou que o material que embasou sua decisão não trazia justamente a cláusula que obrigaria a Petrobras a ficar com toda a refinaria – e nem a cláusula Marlim, que garantia à sócia da Petrobras um lucro de 6,9% ao ano mesmo que as condições de mercado fossem adversas. Segundo integrantes do conselho à época, o documento que fundamentou a decisão foi corroborado por análises do banco Citibank, que deu aval às condições de compra. Naquele ano, a estatal adquiriu 50% da refinaria que pertencia ao grupo belga Astra Transcor por 360 milhões de dólares. Um ano antes, o grupo belga havia arrematado 100% do mesmo negócio por 42,5 milhões de dólares.

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