quinta-feira, 27 de março de 2014

BANCO CENTRAL DIZ QUE CENÁRIO ATUAL NÃO CONTEMPLA INFLAÇÃO NO CENTRO DA META

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse nesta quinta-feira que o cenário atual não mostra a inflação convergindo para o centro da meta de inflação, de 4,5%. Essa meta tem ainda margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. “O nosso horizonte de projeção ainda não contempla uma convergência da inflação para a meta. À medida que o tempo avançar, tem um trabalho que já foi feito em termos de política monetária (aumentos da Selic, a taxa básica de juros), vamos ver como esse quadro vai evoluir”, argumentou. De acordo com as estimativas divulgadas nesta quinta-feira pelo Banco Central no Relatório de Inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 6,1%, no cenário de referência, em que o Banco Central considerou o dólar a R$ 2,35 e a a Selic no atual patamar de 10,75% ao ano. Em 2015, a inflação deve recuar e encerrar o período em 5,5%. Em 12 meses acumulados no final do primeiro trimestre de 2016, a projeção ficou em 5,4%. De acordo com o diretor, essas estimativas “não são promessas, são projeções”. Segundo o diretor, apesar da atuação do Banco Central no combate à inflação, os preços respondem a diversos estímulos que não estão sob o controle da autoridade monetária. Em abril do ano passado, o Banco Central iniciou o ciclo de alta da taxa básica de juros para conter a inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Entre os fatores que estão fora do controle do Banco Central, Araújo citou a alta do dólar. “São movimentos que não são determinados pelo Banco Central. São determinados pelas forças de mercado”, disse.

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