quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
LULA FOI ALCAGUETE DA DITADURA MILITAR, E NINGUÉM QUER INVESTIGAR NADA....ELE DEDURAVA MUITO....
Escreve Romeu Tuma Júnior na página 66 do seu livro "Assassinato de Reputação": "Eu vivi essa história com o meu 'velho' (o chefão do Dops de São Paulo na ditadura militar, Romeu Tuma). Sou protagonista; eu era policial (investigador do Dops) não esqueçam". O livro chegou a Porto Alegre na segunda-feira. Em 20 páginas (da 51 a 70) de enorme consistência, o delegado Romeu Tuma Júnior desconstrói por completo a imagem que Lula e o PT forjaram ao longo da sua exitosa carreira de sindicalista e líder político, reduzindo-o a um reles dedo duro da ditadura militar, um traidor da causa operária e dos oposicionistas que acreditaram na sinceridade do que ele proclama até hoje nas assembléias, nas convenções e no governo. O título do capítulo em que conta a deduragem de Lula, Tuma Jr. diz tudo: "Lula: Alcaguete e aprendiz do Dops". O que escreve Tuma Júnior, relatando a ordem de Lula para que seu ministro Tarso Genro deveria mantê-lo secretário nacional da Justiça, como reconhecimento das "relações íntimas" que o presidente sustentava com Tumão, o pai de Tuma Júnior, quando este comandava o Dops de São Paulo, justamente o órgão estadual da repressão, enlace direto com os militares e sobretudo com o general Golbery do Couto e Silva, o ente político de Geisel e da tese da abertura "lenta, gradual e segura": "Na ditadura, Lula foi um dos mais importantes informantes do Dops, capitaneado pelo meu pai". Lula era o que no jargão policial chama-se "ganso (nos sindicatos, a função chama-se "Judas") e seu nome de guerra era "Barba". Ele foi recrutado por Tumão, antes mesmo de ser preso, em 1980. Na prisão, Lula costumava dormir na poltrona da sala de Tumão no Dops paulista. Pouco ia para o xadrez onde estavam seus companheiros, alegando que era "ouvido" a toda hora pelos policiais e militares, o que não deixava de ser verdade. A função era muito perigosa: "Se soubessem que era informante pessoal do meu pai, Lula estaria morto há muito tempo". Mais adiante, Tuma Júnior escreve (página 53): "Lula era o nosso melhor informante, por isso eu estava na missão de acompanhá-lo em sua prisão. Lula nos prestava informações muito valiosas sobre as datas e locais de reuniões sindicais, quando haveria greve, onde o pastrimônio das multinacionais poderia estar em risco por conta dessas paralisações. Queríamos informações especiais sobre o líder dos bancários, Luiz Gushikin, um jovem trotskista da facção Libelu. Sobre Gushikin, que depois seria seu ministro da Propaganda, mais tarde defenestrado em meio a denúncias, eis o que Lula pensava dele: "Gushiken é o mais arredio, um louco incontrolável". Tuma Júnior conta no livro que Lula entregava tudo de Gushiken. A colaboração com a polícia da ditadura militar incluía acertos com as multinacionais do setor automotivo: "Lula combinava as greves com empresários e avisava o Dops. Muitas das greves que ele armava com os empresários eram para aumentar o valor de venda dos veículos. Não foi por acaso que Miguel Jorge, um dos ex-presidentes de montadoras do ABC, virou ministro de Estado sob Lula". Tuma Júnior concede datas, locais, testemunhas, situações - em grande profusão. Muito do que ele escreve, é contado de maneira bem mais encoberta nos livros "Jogo Duro", do banqueiro e ex-presidente da Anfavea, Mário Garnero, e "O que eu sei de Lula", de José Nêumanne Pinto. Em Porto Alegre, o livro está à venda por R$ 69,90 nas livrarias Cameron (shopping Bourbon Ipiranga). No seu livro "Jogo Duro", Editora Best Seller, 1988, 3ª edição, página 130 a 132, o banqueiro e ex-presidente da Anfavea, Mário Garnero, diz que Lula não chegou a ser o cabo Anselmo do ABC, mas andou perto disto. Ele escreveu no livro: "O líder da esquerda brasileira costuma se esquecer, por exemplo, de que esteve recebendo lições de sindicalismo da John Hopkins University, nos Estados Unidos, em 1972. Na universidade americana, até hoje todos se lembram de um certo Lula com enorme carinho". Na página 57 do seu livro, Tuma Júnior confirma as informações de Mário Garnero: "Esclareço aqui a dúvida de Garnero. Lula fez a sua parte. Aliás, meu irmão Rogério, que estudou medicina na Univerisdade John Hopkins, em Baltimore, Maryland, já havia confirmado ao Tumão sobre a presença de um jovem sindicalista brasileiro por lá, no início de 1970…" Lula passou em 1968 pelo IADESIL (Instituto Americano de Desenvolvimento do Sindicalismo Livre), escola de doutrinação mantida desde 1963, em São Paulo, pelos norte-americanos da ALF-CIO (American Federation of Labor Congresso Industrial Organization), que surgiu em 1955 e é a maior Central Sindical dos Estados Unidos. Tanto a IADESIL como a ALF-CIO ministram cursos contra-revolucionários de liderança sindical.
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