sexta-feira, 29 de novembro de 2013
PAPA NOMEIA SECRETÁRIO PESSOAL PARA SUPERVISIONAR BANCO DO VATICANO
O papa Francisco nomeou nesta quinta-feira seu secretário pessoal para supervisionar as atividades do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco da Santa Sé, emitindo um sinal de que o pontífice quer manter um firme controle das ações para reformar a instituição. Alfred Xuereb, um prelado honorário de Malta, de 55 anos, será responsável pelo acompanhamento de duas comissões criadas pelo papa para supervisionar o banco, as finanças e a estrutura econômica da Santa Sé, disse o Vaticano em comunicado. Ele deverá manter o papa informado sobre o trabalho das comissões e qualquer medida que for necessário tomar. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse a repórteres que Xuereb já estava desempenhando esse papel extraoficialmente há algum tempo, mas agora terá condições de agir de modo mais efetivo. O papa Francisco têm providências para enfrentar anos de escândalos financeiros envolvendo o banco do Vaticano, que está sob investigação por suspeita de lavagem de dinheiro. Os problemas começaram a vir à tona no pontificado de Bento XVI, mas existem desde a década de 60, no papado de Paulo VI. O Vaticano assinou um acordo com a Itália para a troca de informações financeiras e serviços bancários. A instituição também abriu um site e começou a publicar relatórios anuais, em um esforço para aumentar a transparência. O IOR gere 19 000 contas pertencentes principalmente ao clero católico. São cerca de sete bilhões de euros pertencentes a um público que vai de freiras que estudam em Roma até bispos e cardeais e ainda alguns diplomatas. Criado na década de 40 para ser um instituto de financiamento de obras religiosas, hoje abriga também contas de políticos que tenham indicação de eclesiásticos influentes. O presidente atual é o alemão Ernst von Freyberg, que foi nomeado para o cargo alguns dias antes da renúncia do papa Bento XVI. Em julho, o diretor-geral do banco, Paolo Cipriani, e o vice-diretor da instituição, Massimo Tulli, renunciaram logo após um clérigo ligado ao banco ter sido preso acusado de fraude e corrupção.
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