quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CRESCE O CONSUMO DE AÇO, MAS MERCADO É SUPRIDO POR IMPORTAÇÕES DIANTE DE EXCESSO DE OFERTA

O mercado brasileiro de aço cresceu em 2013, mas a expansão foi suprida por importações e uma combinação de sobra de capacidade global nas usinas siderúrgicas, PIB fraco no Brasil e um câmbio frustrante apontam para um cenário nada promissor em 2014. Tais conclusões são do Instituto Aço Brasil, que prevê um crescimento do consumo de aço de 3,2%. Em 2013, houve um incremento maior: 5,7%. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, as vendas das usinas brasileiras aumentaram 6,1%. As exportações, por seu turno, caíram 14,8%, em volume. Já as importações recuaram 0,5%. O setor, porém, esperava uma queda maior das exportações - de 14% - diante das tarifas extras implementadas pelo governo (que deixaram já de vigorar) e do câmbio, que não se traduziu no efeito benéfico esperado. Para Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Aço Brasil, houve um movimento global de ajuste das taxas de câmbio das principais moedas por conta da ação do Fed. Isso, diz ele, neutralizou a valorização do real e seu poder de ampliar exportações e reduzir a invasão do aço importado. Lopes diz que a saída para o setor é um consumo maior de aço no mercado interno: "O mercado interno precisa crescer. Aço, desenvolvimento econômico e PIB estão ligados visceralmente". Se depender de uma economia mais aquecida, o setor seguirá na mesma. O Aço Brasil estima um crescimento de 2,1% do PIB em 2014, abaixo dos 2,5% previsto para este ano. Mantido o ritmo atual de crescimento das importações diretas (aço bruto) e indiretas (bens de consumo e bens de capital, como veículos, eletrodomésticos e máquinas), 58% do consumo brasileiro será suprido por produtos importados --hoje, o percentual é de 31%.

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