quinta-feira, 26 de setembro de 2013

GOVERNO PODERÁ CEDER MAIS UM POUCO NO LEILÃO DE PRIVATIZAÇÃO DE AEROPORTOS, DIZ A PETISTA GLEISI HOFFMAN

O governo Dilma deve mudar novamente as regras para os leilões de privatização dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG), desistindo de restringir a participação de empresas que já venceram as concessões de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF). A especulação surgiu de um comentário que a ministra-chefe da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann, fez na quarta-feira à noite. "Entendemos inicialmente que era importante haver concorrência entre os aeroportos durante a operação. O TCU questionou a concorrência no momento do leilão. Informamos ao TCU que não nos oporíamos a uma mudança nesse quesito. Não queremos que pairem dúvidas sobre a disputa no momento do leilão", disse ela, referindo-se ao questionamento feito pelo TCU sobre a limitação a 15% (sobre os 51% da fatia do setor privado) de participação dos atuais concessionários dos três aeroportos já licitados - Guarulhos, Viracopos e Brasília. Conforme a Casa Civil, o governo decidiu criar a limitação devido a preocupações com a concorrência em um cenário pós-leilão, uma vez que Guarulhos e Galeão, por seu tamanho e tipo de uso, competem entre si por passageiros, cargas e rotas. Uma mesma empresa ser dona de ambos seria uma forma de dominar a maior parcela do mercado brasileiro. Já o TCU atenta para o fato de a limitação reduzir a concorrência no próprio leilão, permitindo que o governo arrecade menos do que poderia. Assim, segundo a Casa Civil, o governo se dispôs a acatar a sugestão do TCU e não insistir mais na questão, de modo a eliminar dúvidas dos operadores na reta final. A mudança beneficiará, por exemplo, os fundos de pensão. Eles vinham pressionando nos bastidores para mudar a regra, pois já estão no comando do aeroporto de Guarulhos e têm interesse em outros empreendimentos. Os leilões estão marcados para o dia 22 de novembro. Além da Invepar, formada por Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), Funcef (fundo da Caixa), Petros (fundo da Petrobrás) e pela construtora OAS, o fim da restrição abre caminho para que também participe do leilão a sul-africana ACSA, que está em Guarulhos. Em Viracopos, estão a UTC Participações, a Triunfo Participações e a francesa Egis. Em Brasília, estão a Infravix e a argentina Corporación América. Nos bastidores, o governo tem notícia de ao menos seis grupos interessados em Galeão e Confins. Entre eles, estão a Ferrovial, que administra o aeroporto de Heathrow (Londres), junto com a construtora Queiroz Galvão. Haveria também interesse da ADP (Paris) e Schiphol (Amsterdã), com a Carioca Engenharia e a GP Investimentos. Outro grupo seria formado pela Fraport (Frankfurt) com a EcoRodovias. A operadora Changi (Cingapura), entraria com a Odebrecht. A ADC/HAS (Houston) concorreria em consórcio com as construtoras Fidens e Galvão. E a operadora dos aeroportos de Munique e Zurique iria à disputa com a CCR.

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