quinta-feira, 26 de setembro de 2013

EX-DIRETOR DO BANCO RURAL É CONDENADO POR MENSALÃO MINEIRO

Nélio Brant Magalhães, ex-diretor do Banco Rural, foi sentenciado pela Justiça Federal em Minas Gerais a nove anos e nove meses de prisão. Ele é o primeiro condenado por participação no esquema conhecido como mensalão mineiro e a sentença foi pelas acusações de gestão fraudulenta e gestão temerária de instituição financeira. Este é um dos vários processos desmembrados do caso, que ainda tem como réus o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o senador Clésio Andrade (PMDB-MG) e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, já condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Na sentença, a juíza Camila Franco e Silva Velano, da 4ª Vara Federal em Belo Horizonte, ressaltou a semelhança do esquema que funcionou em Minas Gerais com o Mensalão dol PT julgado pelo Supremo. "Mesmo que a fraude aqui narrada refira-se ao chamado mensalão mineiro, não se pode dissociar as condutas dos dirigentes do Banco Rural neste esquema daquelas descritas no Mensalão apurado no STF. Isto porque o que se nota na narrativa do Ministério Público Federal é que aquela instituição, desde 1998, por meio do mesmo modus operandi, concedeu empréstimos fraudulentos às empresas ligadas ao Marcos Valério Fernandes de Souza com vistas ao repasse de recursos a partidos políticos", observou. Segundo o MPF, o mensalão mineiro envolveu empréstimos fraudulentos e desvio de recursos de órgãos e empresas estaduais para financiar a reeleição de Eduardo Azeredo, então governador de Minas Gerais. Os acusados também respondem a processo na Justiça estadual. No Supremo, o processo contra o deputado federal está parado desde 2009. Em 2011, a ação contra Clésio Andrade também foi transferida para a corte quando o peemedebista assumiu a vaga no Senado após a morte de Eliseu Resende (DEM-MG). Na sentença proferida pela Justiça Federal em Belo Horizonte no último dia 10 e divulgada nesta quinta-feira, a juíza afirmou que pelo menos um dos contratos de empréstimo feito pelo Banco Rural que consta na denúncia foi "realmente empregado no custeio de despesas eleitorais realizadas na campanha de Eduardo Azeredo". A instituição, da qual ex-dirigentes também foram condenados pelo Supremo por envolvimento no mensalão petista, foi liquidada em agosto pelo Banco Central. Além de condenar Nélio Brant, a magistrada absolveu os réus José Geraldo Dontal, Paulo Roberto Grossi, Wellerson Antônio da Rocha e Caio Mário Álvares, que integravam o Comitê de Crédito do Banco Rural, sob o fundamento da inexistência de provas de autoria ou de participação no caso.

Nenhum comentário: