A vereadora Lourdes (Malu) Sprenger, do PMDB, ajudou a criar um clima de completa desestruturação da chamada base aliada do governo do prefeito José Fortunati (PDT), na Câmara Municipal de Porto Alegre. Veja a entrevista feita pelo jornalista Políbio Braga:
- A senhora é do PMDB, Partido da base aliada do prefeito José Fortunati. Como é que o governo recebeu sua adesão à CPI da Procempa: está havendo retaliação?
- Convém à prefeitura pressionar e retaliar vereadores, mas para o meu mandato convém a investigação, a preservação do bem público.
- Onde errou o prefeito?
- Veja só: a deficiente sindicância da prefeitura abriu caminho para que o ex-presidente da Procempa ganhasse um cargo no gabinete do vice-prefeito.
- E?
- Mas, iniciada a investigação do Ministério Público, com três detenções e apreensão de documentos, o mesmo ex-presidente foi exonerado imediatamente.
- Isto justifica uma CPI?
- Claro que não. Aponto isto como a ponta do iceberg. Apesar de que só este episódio, patrocinado pelo governo municipal, bastaria para se instalasse a CPI. O ponto central são os desvios que podem chegar a R$ 50 milhões - um mistério. Onde foi parar todo este dinheiro?"
Foi anunciado que André Imar Kuczinski, ex-presidente da Procempa, que estava protegido no gabinete do vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB), foi enviado embora de lá tão logo teve sua prisão em flagrante pelo Ministério Público, na terça-feira, por posse ilegal de arma, durante uma operação de busca e apreensão em sua casa. Tão logo chegaram os agentes de setor de inteligência da Brigada Militar à sua casa, voou pela janela um embrulho, com 46 mil reais empacotados. Mas, André Imar, que é do PTB, não voltou para a Secretaria da Fazenda do Estado, onde é funcionário de carreira. Ele foi transferido, cedido, para a Secretaria de Administração da prefeitura municipal, tradicional feudo do PTB na administração de Porto Alegre. O que André Imar tanto sabe que o prefeito José Fortunati (PDT tem medo de devolvê-lo para seu emprego original? O grande problema é que a Procempa era largamente utilizada para dar cobertura a gastos do gabinete do prefeito José Fortunati, incluindo aí até o celular e o pagamento da conta dos telefonemas da mulher do prefeito, Regina Becker. Já a vereadora Lourdes Sprenger conhece muito bem o vice-prefeito Sebastião Melo, porque foi sua chefe de gabinete na Câmara Municipal. E outra coisa: ele é auditora de contas internas de carreira. Foi funcionária da CEEE, auditando as contas da estatal gaúcha, até decidir sair do serviço público por meio do PDV (Plano de Demissão Voluntária) durante o governo de Antonio Britto (PMDB).
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