quinta-feira, 18 de julho de 2013
BANCO CENTRAL PODE ELEVAR AINDA MAIS A SELIC SE O DÓLAR CONTINUAR EM ALTA
O Banco Central manifestou nesta quinta-feira a preocupação mais explícita com o impacto da valorização do dólar na inflação. A mudança de tom reforça a expectativa de novos aumento nos juros, mas não provocou uma revisão das projeções no sentido de uma elevação maior da taxa do que a prevista anteriormente. Os comentários do Banco Central estão na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), documento que traz detalhes sobre a decisão de elevar a taxa básica Selic para 8,5% ao ano na semana passada. No documento, o Banco Central afirma que desvalorização do real "constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos". Ele ressalta, porém, que o impacto desse aumento do dólar em prazos mais longos "podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária", ou seja, pelo aumento dos juros. Para o economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano, esse trecho indica que, se o dólar continuar subindo, o Banco Central vai subir ainda mais os juros. No entanto, sua expectativa é que cotação da moeda americana deve permanecer no atual patamar, entre R$ 2,20 e R$ 2,30. Na ata desta quinta-feira, o Banco Central manifestou também preocupação com o ritmo de crescimento da economia. Apesar de notar que trabalha com "um ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano", a autoridade monetária ressalta que a velocidade da retomada pode ser contida caso a queda na confiança de empresários e consumidores não seja revertida. O Banco Central voltou a destacar no documento que a inflação alta é maléfica para o crescimento, ao corroer o poder de compra das famílias e dificultar o planejamento das empresas, sendo um importante fator que a afeta a confiança da população.
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