segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

OAB vai processar Rocha Matos por advogar ilegalmente


A OAB vai processar o ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos por advogar ilegalmente. Em entrevista, Rocha Mattos admitiu que está advogando sem permissão da OAB. Para assinar suas peças, afirmou que conta com a ajuda de um advogado devidamente inscrito na Ordem dos Advogados. Nesta segunda-feira, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou que a entrevista é evidência inegável do exercício irregular da profissão. "O ex-juiz reconhece publicamente que está advogando por interpostas pessoas, ou seja, que voltou a cometer novo ilícito penal. Esse reconhecimento é um escárnio, uma agressão à sociedade, sobretudo vindo de um juiz que foi condenado e acabou afastado de sua classe pelo cometimento de crimes", afirmou o presidente da OAB. Cavalcante contou ter telefonado para o presidente da Seccional paulista da OAB, Marcos da Costa, para requerer que a entidade entre com representação criminal contra Rocha Mattos. Aos 64 anos, Rocha Mattos afirmou que retornou à advocacia, atividade que interrompeu em 1976 ao ingressar na carreira de delegado da Polícia Federal. "Estou solicitando minha inscrição na OAB", afirmou Rocha Mattos. "Hoje em dia eu advogo para mim. Eu faço o serviço e tem um advogado que assina pra mim", explicou. "Eu trabalho nos meus casos. Faço tudo, tudo, tudo", acrescentou. Se conseguir reativar sua inscrição na OAB, Rocha Mattos disse que pretende advogar na área penal. "Vou advogar na Justiça Federal, no Supremo, vou advogar onde for, sempre na área penal, que é onde tenho grande experiência", contou. Rocha Mattos foi o principal alvo da Operação Anaconda, deflagrada em outubro de 2003, para desbaratar um esquema de venda de sentenças. Rocha Mattos foi condenado pelo Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 3ª Região a três anos de prisão por formação de quadrilha. Rocha Mattos responde a outras dezenas de ações. Já foi condenado também por lavagem de dinheiro, crime que teria cometido na compra de um apartamento em Higienópolis (SP). O ex-magistrado cumpriu cinco anos de prisão em regime fechado, três pela Anaconda e dois por outros crimes. Passou para semiaberto em 8 dezembro de 2008. Em 2011 deixou o Cadeião do Belém e voltou à liberdade.

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