terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Lula não será candidato em 2014, diz Vannuchi
Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e diretor do Instituto Lula, negou nesta segunda-feira que o ex-presidente Lula tenha a intenção de se candidatar à sucessão presidencial nas eleições gerais de 2014. "Na disputa federal, Lula vai gastar toda a energia para a manutenção da aliança entre PT, PMDB e PSB", disse o ex-ministro, avaliando que a aliança teria sofrido arranhões pelas tensões provocadas pelo processo municipal de outubro do ano passado. Sobre o pleito de 2018, o ex-ministro também descartou a possibilidade de Lula vir a disputar o pleito. E disse que ouviu de Lula que ele não pretende disputar a última eleição da década e que não se opõe a uma candidatura de aliados do PT. Na avaliação do ex-ministro, Lula poderia ser o candidato só em caso de uma "crise institucional", o que no seu entender está fora de cogitação. O ex-ministro refutou também que haja uma crise entre Lula e a presidente Dilma Rousseff, afirmando que ela será a candidata em 2014. "Eu nunca vi um nível de entrosamento como o desses dois (Lula e Dilma)", afirmou Vannuchi, que participou nesta segunda-feira de encontro com intelectuais da América Latina, promovido pelo Instituto Lula, em São Paulo. Ao falar de política, Vannuchi aproveitou para alfinetar o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), afirmando que ele "não é candidato para valer" em 2014. "Ele é candidato em 2018. A construção da candidatura agora é disputar para perder". Vannuchi revelou que o ex-presidente proibiu que seus assessores próximos falassem sobre a candidatura dele ao governo do Estado de São Paulo. Sobre a entrevista do marqueteiro João Santana, que levantou essa possibilidade, Vannuchi falou que já teve uma conversa com o publicitário e que o marqueteiro deixou claro a importância do peso político de Lula em uma sucessão estadual. Anotem aí: Lula está mandando seus capachos dizerem que ele é candidato, sim, que ele decide tudo no PT e no País. Na política é assim, quando o político diz "não", deve ser lido "sim". O próprio fato de Lula introduzir fortemente esse tema revela uma evidente iniciativa no sentido de esvaziar a presidente Dilma Rousseff.
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