quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Forças da Argélia atacam radicais que mantêm reféns em campo de gás


A agência de notícias estatal da Argélia APS afirmou nesta quinta-feira que a operação militar para libertar reféns num campo de gás no deserto do Saara foi encerrada. Nesta quinta-feira, forças do Exército da Argélia atacaram o local, onde cerca de 190 reféns, incluindo 40 estrangeiros, eram mantidos por terroristas islâmicos. O último balanço divulgado por fontes militares argelinas aponta 30 reféns mortos, dos quais pelo menos sete seriam estrangeiros. As mesmas fontes afirmam que há japoneses, britânicos e um francês entre os falecidos. O ministro argelino das Comunicações, Mohamed Said, havia informado que 11 sequestradores também morreram durante a operação, entre eles o líder do grupo, Abu al Baraa. Mais cedo, relatos da agência mauritana ANI afirmaram que mais de 30 reféns e 15 sequestradores foram mortos. Os extremistas realizaram o sequestro em represália à ação francesa no Mali. Na avaliação do presidente francês, François Hollande, a crise dos reféns na Argélia, que pode ter deixado dezenas de mortos nesta quinta-feira, mostra que a intervenção francesa no Mali é justificada. Sem dar informações sobre a situação atual no local, ele disse que os acontecimentos pareciam ter tomado um rumo “dramático” no campo de gás no deserto do Saara. "O que está acontecendo na Argélia fornece ainda mais evidências de que minha decisão de intervir no Mali foi justificada", disse o presidente, em comentários no começo de um discurso a líderes empresariais. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que não foi informado com antecedência da operação, cancelou um discurso previsto para a sexta-feira na Holanda sobre a relação de Londres com a União Europeia e afirmou que o país deve se preparar para escutar “más notícias” sobre os reféns na Argélia. Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, disse que o país fará o possível para combater o terrorismo na região. Mais cedo, o ministro de Comunicação argelino afirmou que os jihadistas contam com armamento pesado e moderno e que o Exército teve que “neutralizar” os sequestradores que tentaram fugir com reféns. Uma fonte de segurança argelina disse que 25 reféns conseguiram escapar. Já agência oficial do país, a APS, afirma que, pelo menos quatro ocidentais (dois britânicos, um queniano e um francês) foram soltos pelo Exército. A Argélia, por sua vez, garante que 600 empregados do local foram libertados. Até agora, só o governo da Irlanda confirmou que um irlandês foi libertado e se encontra seguro. Um porta-voz da da brigada al-Mulathamin, grupo terrorista que organizou o sequestro, disse que Abou El Baraa, líder da gangue que invadiu o complexo, foi morto em um ataque de helicópteros. Enquanto isso, a União Europeia aprovou o envio de uma missão de treinamento militar para o Mali, em uma iniciativa para reforçar o Exército do país. A missão contará com 200 instrutores e outros 250 especialistas em forças de segurança, com um custo de 12,3 milhões de euros.

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