quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

EMPRESARIADO COMEÇA A ESCRACHAR PUBLICAMENTE SUA INTENÇÃO DE FECHAR AEROPORTO SALGADO FILHO PARA PERMITIR CONSTRUÇÕES, E FAZER NOVO AEROPORTO FORA DE PORTO ALEGRE

O presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimos, Marcos Coester, e o presidente da Fiergs, reuniram-se na tarde desta quarta-feira com o governo do peremptório governador petista Tarso Genro, com o propósito de apresentar o projeto realizado por uma consultoria inglesa para a construção de um novo aeroporto internacional fora de Porto Alegre. O curioso é saber por que levam o projeto ao governo do Estado, quando a questão dos aeroportos é federal, da Infraero. Na verdade, esse é o primeiro passo explícito, objetivo, com o qual o empresariado gaúcho começa a demonstrar seu apoio a outro grande projeto, por trás da construção do novo aeroporto. Trata-se da idéia de lliberar a enorme área existente desde a Avenida Sertório, em Porto Alegre, até o outro lado da Base Aérea de Canoas, criando um gigantesco espaço livre para a construção civil. Agora imagine: apenas a OAS, no entorno da Arena que construiu para o Grêmio, vai construir 18 espigões de até 30 andares. À base de quatro apartamentos por andar, daria em torno de 2.160 apartamentos. Na média de 500 mil reais, daria um giro de mais de um bilhão de reais. Com a saída do Aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre, toda a enorme área aeroportuária, e mais as áreas vazias ocupadas hoje por um aterro sanitário que precisa ser recuperado ambientalmente, estendendo-se até a margem da Freeway, liberaria área para construção de centenas de prédios, sem limitações atuais de altura (o limitante do teto de construção em Porto Alegre é o aeroporto), o que renderia investimentos não inferiores a 10 bilhões de reais, e receita superior a 100 bilhões de reais. Essa área ainda poderia ser muito ampliada, com a utilização de área vazia do outro lado da Freeway e também o deslocamento da Base Aérea. Assim, a nova conurbação Porto Alegre-Canoas passaria a se constituir em uma nova cidade, localizada em uma área extremamente estratégica e privilegiada. As próprias instalações atuais do Aeroporto Salgado Filho, no caso os dois terminais, seria convertidas em grandes shopping centers. Até o edifício garagem já existente serviria para esse propósito. Um dos grandes problemas, hoje, no Brasil, é o de áreas livres em regiões metropolitanas para a construção civil. São Paulo não tem mais áreas disponíveis, e o mesmo acontece em outras capitais. Mas, Porto Alegre, com algumas medidas estratégicas, pode liberar uma gigantesca área urbana para construções. Não por acaso as grandes empreiteiras nacionais (que abriram seus capitais e fizeram gigantescas captações de recursos em Bolsa de Valores, via o lançamento de ações) passaram a se associar com empresas gaúchas, e a comprar tudo quanto é espaço urbano disponível, e de qualidade, para as grandes construções. Mas, é preciso liberar muito mais espaço, diante da disponibilidade de capitais para construção, e também a existência de gigantescos ativos que precisam ser lavados por meio da construção civil. No novo aeroporto internacional, fora de Porto Alegre, os grupos responsáveis por essa construção poderiam, além de dois terminais e de duas pistas de 3.000 metros, também construir uma terceira pista, bem menos custosa, para abrigar as atividades da nova base aérea. A área rural contígua ao aeroporto, onde existe o aterro sanitário irregular, ilegal, e altamente poluidor, seria revitalizada com a iniciativa que a prefeitura de Porto Alegre já aponta: com a instalação de uma usina para queima de lixo e geração de energia elétrica. Hoje, todas as grandes cidades européias já têm usinas, que não geram poluição, e ficam localizadas dentro do período urbano, uma vez que a Comunidade Européia lançou uma diretiva proibindo a existência de aterros sanitários a partir de 2015. Essa usina na área contígua ao aeroporto Salgado Filho também consumiria progressivamente os 15 milhões de toneladas de lixo enterrados na região, diretamente sob o solo, produzindo uma gigantesca poluição que se dirige diretamente para o rio Gravataí, que corre junto à Freeway, e poucas centenas de metros adiante desembocando no rio Guaíba. Com este objetivo, o governo do prefeito José Fortunati (PDT) já lançou um decreto declarando toda a área de interesse público para fins de desapropriação, com duplo objetivo: construção da ampliação da Av. Severo Dullius e instalação da usina de queima de lixo e geração de energia elétrica. O processo para licitação da parceria público privada para a instalação da usina está em andamento. E, tudo indica, a empresa interessada que ficará com a usina é a Revita, do Grupo Solvi, que já faz a coleta do lixo de Porto Alegre, sem licitação. Veja com mais detalhes a imagem da área clicando aqui

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