domingo, 29 de abril de 2012

Senador foi acionado para transferir presos

Um diálogo gravado pela Polícia Federal no dia 3 de março de 2011 mostra que o empresário Carlinhos Cachoeira pediu ajuda ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) para transferir policiais militares acusados de integrar um grupo de extermínio no Estado. A interceptação telefônica reforça a suspeita da Polícia Federal sobre um possível envolvimento do esquema Cachoeira com o crime organizado. Os policiais estavam detidos no presídio federal de Campo Grande (MS), após serem presos em uma outra operação da Polícia Federal realizada em fevereiro de 2011, a Sexto Mandamento. A ação da polícia apontou, à época, a existência de um grupo de extermínio entre policiais militares goianos. Na conversa, Cachoeira pede que Demóstenes ligue para o governador de Goiás, Marconi Perillo, para que interceda em favor dos presos por meio de Ronald Bicca, ex-procurador-geral do Estado. No diálogo, o senador responde que o Ministério Público precisaria dar um parecer aprovando a transferência, e que era “só esperar o procurador assumir, que ele já falou com a turma para dar parecer favorável”. Dez dias depois, o irmão de Demóstenes, Benedito Torres, assumiu o cargo de procurador-geral do Ministério Público Estadual, ou seja, chefe dos promotores que atuaram na operação e que deveriam dar o parecer. Todos os pareceres, porém, foram contrários à transferência, que, mesmo assim, foi autorizada pela Justiça. Os presos foram transferidos para Goiânia em junho de 2011.

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