terça-feira, 24 de abril de 2012
Ministro da Saúde pode ser investigado pela Comissão de Ética por causa de esquema Cachoeira
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, afirmou nesta terça-feira que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode ser investigado por ter sido citado em gravação da Polícia Federal na operação que revelou a ligação entre o empresário Carlos Cachoeira e políticos. O ministro teve o nome citado em uma conversa telefônica como tendo autorizado o grupo do bicheiro a dar sequência a um negócio na área da saúde, após reunião em Brasília. “É passível de investigação, ele é ministro de Estado e é sujeito à atuação do Conselho de Ética”, disse Pertence. O presidente da comissão disse que, como o caso teve repercussão na imprensa, pode ser incluído na pauta da próxima reunião do grupo, no dia 14 de maio. Segundo Pertence, não há pressa para apuração do caso: “Parece que não é uma questão de homicídio, que nós tenhamos que tomar uma providência hoje”, disse. “É mais uma acusação de possível corrupção". Na gravação feita pela Polícia Federal, Wladimir Garcez, ex-vereador do PSDB de Goiânia e auxiliar de Cachoeira, conversa com o chefe. “Teve a conversa com o Padilha, todos os outros lá, o chefe de gabinete, e [ele] achou interessante: faz o projeto, mostra o que que é, ele fala o que que é possível lá dentro e dá para nós um veredito lá. Mas que autorizou a gente a tocar pra frente o negócio, que eles têm condição de ajudar”, diz Garcez a Cachoeira, em março de 2011. A conversa não deixa claro qual é o interesse de Cachoeira - que, segundo a PF, é dono oculto de um laboratório e controla um instituto que reúne grandes empresas da área farmacêutica. Três meses depois, o empresário telefonou para outro auxiliar, Gleyb Cruz, e o orientou a acionar o primo do assessor do Palácio do Planalto Olavo Noleto, o designer Fernando Noleto Rosa, a respeito de assunto na área da saúde. “Encontra com ele pessoalmente”, orienta Cachoeira. Documentos da Junta Comercial mostram que Fernando é sócio de Alan Silva, chefe de gabinete de Padilha quando ele era ministro de Relações Institucionais. Fernando confirmou ter se encontrado com Gleyb, Garcez e Cachoeira, que, diz ele, queriam abrir um canal de diálogo com Olavo. Segundo ele, o pedido não foi atendido.
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