sábado, 24 de março de 2012
Caso de venda de sentença no Tocantins mostra nepotismo no Judiciário
As denúncias de venda de sentença no Tribunal de Justiça de Tocantins, investigadas pelo Superior Tribunal de Justiça, revelaram um caso explícito de nepotismo. As investigações mostram que o desembargador Amado Cilton Rosa empregava sua mulher, Liamar de Fátima, em seu gabinete. Dentro das atribuições, Liamar tinha que resolver os problemas domésticos no horário do expediente. No gabinete, de acordo com o desembargador, sua mulher trabalhava apenas quatro horas por dia. Liamar de Fátima admite o expediente reduzido, mas diz que, em certos dias, seu expediente chegava a oito horas corridas. Mas nesse período, contava o tempo que passava resolvendo os problemas domésticos ou pessoais de seu marido. "O desembargador é um homem que não sabe usar um talão de cheque, por incrível que pareça. O desembargador, se o senhor colocar ele na frente de um caixa eletrônico, ele não sabe para o que serve", contou Liamar de Fátima ao ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, relator do processo. "Quer dizer que a senhora faz o serviço doméstico no seu horário de trabalho?", questionou Noronha. "Sim, porque a gente não tem outro horário", admitiu Liamar. "Na maior parte das vezes, realmente, eu vou entre sete e meio dia. Saio e muitas vezes não retorno mais", disse Liamar de Fátima no depoimento. "Por exemplo, se na segunda-feira está tudo bem na minha casa, eu vou das sete às duas. Mas se eu tiver que fazer alguma coisa para o desembargador fora do gabinete, eu não volto para o tribunal", disse ela. Liamar de Fátima disse que não sabia exatamente quanto recebia do tribunal por essa jornada dupla. "Eu não tenho curiosidade de pegar meu contracheque para ver o que é que eu recebo nele. Eu não tenho essa curiosidade", ela explicou. No depoimento, ela disse que ganha "seis mil e alguma coisa". Que tal, hein?!!!
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