sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pesquisadora diz que perda em estação brasileira na Antártida é incalculável

A pesquisadora Yocie Yoneshigue Valentin, coordenadora do INCT-Antártico (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais --UFRJ), afirma que as perdas com o incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz são "incalculáveis" e "incomensuráveis". Entre 15 e 18 pesquisadores do instituto estão entre os 30 que foram resgatados da estação e encaminhados para Punta Arenas (Chile), informou Yocie. Algumas das pesquisas estavam focadas em organismos da massa d'água e macroalgas marinhas. A base militar brasileira de pesquisas na Antártida tinha uma infraestrutura que incluía laboratórios científicos bem equipados, dormitórios e cozinha industrial, biblioteca, oficinas e instalações técnicas para embarcações usadas em expedições. A Marinha diz estar "extremamente consternada" com o ocorrido. A estação começou a operar em 1984 e atualmente abrigava cerca de 60 pessoas. "Soube por intermédio de outras pessoas que houve uma explosão e parece que pegou fogo na casa de máquinas, que foi se alastrando. Parece que o alarme não tocou", relata. A pesquisadora conta que esteve no local em 2011 e que fez simulações de emergência, que soavam o sinal de alerta e orientavam o que fazer em caso de uma tragédia. Yocie Valentin indica uma importante perda para o País: o material coletado recentemente nas pesquisas. "Essa notícia veio consternar o Brasil inteiro. A perda é incalculável, estávamos com um aparelho de U$ 120 mil com dados coletados desde dezembro. Os dados armazenados nesse aparelho e em outros não têm preço, são pesquisas com preços incomensuráveis", lamenta.

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