Do jornalista Reinaldo Azevedo: "Ai, ai. Agora é pra valer. Dilma virou ombudsman no próprio governo. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que os atrasos nas obras de transposição das águas do Rio São Francisco já foram solucionados por parte do governo e que agora cobrará resultado da iniciativa privada.
“Agora, nós queremos resultado. Nós negociamos, nós resolvemos os problemas técnicos que haviam, e agora queremos resultado e isso será cobrado. Eu cobro do ministro, o ministro cobra dos funcionários do Ministério da Integração, e nós todos vamos cobrar daqueles que estão executando as obras em parceria conosco, que são as empresas privadas e o Exército”, disse Dilma durante visita às obras do Projeto de Integração da Bacia do São Francisco em Pernambuco. Dilma visitou em Floresta o lote 13 das obras de transposição do rio, que é parte do Eixo Leste do projeto, que vai do município até Monteiro (PB). Esse canal tem 287 km e a obra, iniciada em agosto de 2007 e com prazo original de término para o final deste ano, está 71% concluída. Com o atraso, a nova previsão é que só fique pronto em dezembo de 2014. Já o Eixo Norte, também visitado por Dilma nesta quarta, percorrerá 426 km de Cabrobó (PE) ao Ceará e está 46% concluída. A previsão de conclusão é para dezembro de 2015. “Nós não atrasamos os pagamentos, nós sempre pagamos em dia e escutamos os pleitos. E aqueles que nós consideramos tecnicamente justificáveis o ministro aceitou. Ele fez um processo de renegociação que é praticamente uma reengenharia e, a partir de agora, nós queremos, nós vamos cobrar metas, resultados concretos. Eu pretendo sistematicamernte a partir de agora observar os prazos”, disse após citar que fará o acompanhamento das obras online. “O cronograma está mantido, que foi negociado com a presidente Dilma em agosto do ano passado, e nós vamos, a partir da contratação dos saldos remanescentes que vamos licitar de feveiro a junho, no valor de R$ 1,9 bi, ver se é possível antecipar alguns dos prazos que já foram acertados”, reiterou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que também acompanhou a visita. Mais tarde, em Juazeiro (CE), questionada sobre atrasos devido a revisões contratuais, Dilma disse que que “é óbvio” que houve “uma desmobilização” por conta disso. Segundo ela, o governo vai reunir-se com as partes envolvidas na execução das obras para acompanhar seu andamento. “É óbvio que teve uma desmobilização em alguns momentos porque era necessário recompor as resoluções contratuais. Isso foi acompanhado pela CGU, pelo TCU, o ministro colocou todo seu empenho e agora estaos dando a partida”, disse. “Vou fazer uma reunião com os empresários que estão tocando [as obras e dizer] ‘Nós fizemos a nossa parte e vocês vão fazer a de vocês’. Isso significa prazo, isso significa ritmo adequado de obras”, completou. A presidente visitou as obras de transposição do Rio São Francisco nesta quarta acompanhada pelos governadores de Pernambuco, Eduardo Campos, e do Ceará, Cid Gomes, além do ministro da Integração Nacional. A obra de transposição do Rio São Francisco tem investimento previsto de R$ 6,8 bilhões. A previsão é de levará água a doze milhões de pessoas que vivem em regiões de seca em Pernambuco, na Paraíba, no Rio Grande do Norte e no Ceará. O projeto foi dividido em 14 lotes e a maior parte ficou com os consórcios das construtoras. Os trechos que ficaram sob a responsabilidade do Exército estão quase prontos. Neles, no ano passado, o avanço foi três vezes maior que o das empreiteiras no Eixo Norte e cinco vezes maior no Eixo Leste. Em Cabrobó (PE), os soldados finalizam a barragem de Tucutu. Quando tudo estiver pronto, os militares vão terminar de retirar as plantas de uma área que tem o tamanho equivalente ao de 480 campos de futebol e será transformada em um imenso reservatório com capacidade para acumular quinze bilhões de litros de água.
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