segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Caso Herzog deve ser investigado, diz ministro da Justiça

Para autoridades do governo petista federal, a Comissão da Verdade deveria convocar para depor Silvaldo Leung Vieira, autor da imagem do jornalista Vladimir Herzog morto em uma cela do DOI-Codi, em São Paulo, em 1975. Silvaldo diz ter sido "usado" pela ditadura (1964-85) para forjar a cena de suicídio de Herzog que, segundo testemunhas, morreu após ser torturado. O depoimento reforça as contestações da versão oficial feitas por historiadores, parentes e testemunhas. A comissão, ainda não instalada, foi criada no final de 2011 pela presidente Dilma Rousseff para apurar violações aos direitos humanos cometidas por agentes do Estado entre 1946 e 1988. Essa comissão também precisa convocar personagens conhecidos da vida brasileira para falarem sobre o assassinato, em Porto Alegre, no dia 22 de setembro de 1969, de Kurt Kriegel, dono do conhecido restaurante Rembrandt, cometido por três "revolucionários", com a intenção de realizar uma "apropriação" para a Revolução. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ser "absolutamente natural que fatos como esse sejam investigados pela comissão". Ele se refere ao caso de Vladimir Herzog, que deve ser investigado, sim, tanto quanto o assassinato de Kurt Kriegel por "revolucionários". Segundo o ministro, "a reportagem revela que há muitas coisas ainda a serem descobertas" sobre o período militar. Silvaldo pediu em 2008 à Comissão de Anistia, ligada ao Ministério da Justiça, indenização estimada em R$ 908 mil, entre outros pleitos. Ele alega ter sido perseguido por sua atitude "questionadora" ao voltar a ser recrutado para fazer fotos como aquela. Em 1979, partiu para um autoexílio nos Estados Unidos. Seu caso não foi julgado e, segundo Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia, não está entre as prioridades nem tem previsão de ser analisado. "A priori, ele foi um agente que colaborou com a repressão", afirmou. Quer dizer que, por esse motivo, ele tem menos direito do que os outros? Isso é uma estupidez monumental típica da esquerdopatia. Ele não era um agente colaborando com a repressão, ele era um funcionário público executando a função pública e cumprindo ordens.

Nenhum comentário: