terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Dois diretores da Petrobras podem ser afastados
Sem amparo político, os dois diretores da Petrobras vinculados ao presidente José Sérgio Gabrielli devem ser afastados a pedido da futura presidente Maria das Graças Foster. A decisão será possivelmente divulgada já na próxima reunião do Conselho de Administração da companhia, marcada para o dia 9 de fevereiro. Almir Guilherme Barbassa, diretor Financeiro, e Guilherme Estrella, de Exploração e Produção (E&P), são quadros técnicos. Destacaram-se nos quase sete anos de Gabrielli na presidência. As substituições tendem a vir de soluções internas. Para o posto de Barbassa são cotados seus gerentes executivos: Marcos Menezes (Contabilidade), Mariângela Tizzato (Financeira), Jorge Nahas (Planejamento Financeiro), e Maria Alice Deschamps (Tributário). Para a vaga de Estrella são cotados Solange Guedes, gerente-executiva de Engenharia de Produção (E&P), a diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, e, o mais forte candidato, Carlos Tadeu da Costa Fraga. Este último, ex-gerente geral da área de E&P, acabou sendo indicado em 2003 para a gerência geral do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), considerado até há alguns anos a "geladeira" da Petrobras, por oferecer então menos possibilidades de crescimento profissional. Barbassa acompanha Gabrielli no Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça. Ele ascendeu na Petrobras a partir de 2003, quando Gabrielli assumiu a diretoria financeira, indicado pelo PT. Foi seu principal executivo e, dois anos depois, ao assumir a presidência da companhia, Gabrielli nomeou o auxiliar para integrar a diretoria. Tido na empresa como nacionalista ferrenho, Estrella é considerado candidato a deixar a Diretoria de Exploração e Produção há pelo menos dois anos. Ele assumiu o cargo em 2003, também como indicação petista, juntamente com Gabrielli, que o manteve na função quando virou presidente. Contra Barbassa e Estrella pesam internamente restrições ao trabalho realizado nos últimos anos. O atraso na licitação de 21 sondas de perfuração para águas ultraprofundas do pré-sal, de três anos, é creditado a procedimentos adotados por Estrella, como insistir em não aceitar os resultados apresentados pela comissão de licitação, sob a justificativa de que os preços poderiam ser ainda mais baixos. Na verdade, com a demora, os valores finais apresentados pelos concorrentes ficaram ainda mais elevados do que os inicialmente mostrados.
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