terça-feira, 8 de novembro de 2011

Centrais sindicais mostram solidariedade ao ministério dos achaques

Cinco centrais sindicais divulgaram nesta segunda-feira um manifesto de solidariedade ao ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, alvo de denúncias que implicam assessores na cobrança de propina de ONGs contratadas para oferecer cursos de capacitação. Para as entidades, Lupi está sendo vítima “de uma sórdida e explícita campanha difamatória e de uma implacável perseguição política, que visa a desestabilização do governo e o linchamento público do titular da pasta”. O manifesto é assinado pelos presidentes da Força Sindical, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central Geral de Trabalhadores do Brasil (CGTB). De acordo com o texto do comunicado, as denúncias surgem em um momento que as demandas dos trabalhadores estão sendo atendidas e por trás das denúncias estariam “interesses políticos inconfessáveis”. “Ressaltamos o elevado comportamento moral do ministro Carlos Lupi à frente da pasta do Trabalho e Emprego como um defensor ferrenho dos direitos dos trabalhadores, sendo um importante protagonista na luta pelo emprego e pela qualificação profissional”, diz a nota das centrais sindicais pelêgas. Partidos da oposição na Câmara defendem o afastamento de Lupi e tentam convocá-lo para falar sobre as denúncias de que assessores cobrariam de 5% a 15% de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores. Há um braço de ferro do mundo sindical pelêgo, e não é de hoje, entre a CUT, a central do PT, e as demais, especialmente Força Sindical. Embora o lulo-petismo tenha loteado o poder com sindicalistas de várias correntes, a CUT é a mais presente. Nos últimos tempos, no entanto, a Força cresceu relativamente mais do que a sua rival por dois motivos: a) tem um aparelho forte em mãos, que é o Ministério do Trabalho; b) foi beneficiada pela mamata do Imposto Sindical, que passou a ser distribuído também às centrais por força de lei. Assim, a CUT tem certamente interesse em desestabilizar a Força etc. As centrais sindicais pelêgas que resolveram denunciar uma conspiração contra o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, precisam dizer se o Tribunal de Contas da União também faz parte do suposto conluio. Relatório do Tribunal de Contas da União do mês passado apontou “situação crítica” na análise de convênios firmados entre entidades públicas e privadas e o Ministério do Trabalho. Conforme o TCU, as irregularidades foram verificadas desde 2009 e, em proposta enviada ao tribunal pelo Ministério do Trabalho, a própria pasta informou que são mais de 500 os convênios cujas prestações de contas estão atrasadas. O tribunal aponta para possibilidade de metade desses contratos ficarem com mais de cinco anos de atraso na análise da prestação de contas. Desde 2007, quando o ministro Carlos Lupi assumiu o cargo, o ministério já firmou R$ 1,55 bilhão em convênios, dos quais um terço abasteceu entidades privadas sem fins lucrativos, como as ONGs.

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