terça-feira, 18 de outubro de 2011
Sindicato de pilotos vai recorrer contra livro sobre desastre do Airbus A330 da Air France
O Sindicato Nacional dos Pilotos da Air France informou nesta segunda-feira que prestará queixa formal contra a divulgação do quinto volume de uma série intitulada "Erros de Pilotagem", do escritor e piloto Jean-Pierre Otelli. No livro está a íntegra dos diálogos entre os pilotos do vôo AF 447, que fazia a rota Rio-Paris quando caiu no oceano Atlântico, causando a morte dos 228 ocupantes, em 2009. "A exploração mercantil das conversas pessoais e dos últimos instantes dos nossos colegas é inadmissível e insustentável", diz o sindicato, em comunicado. Pessoais um cacete. Os pilotos estão ali a trabalho, o equipamento está instalado no avião para registrar todas as ocorrência profissionais do vôo. Essa atitude do sindicato dos pilotos é meramente corporativa. "Os responsáveis por esse ato contrário às regras internacionais devem ser identificados e encarar as consequências", dizem os corporativistas pilotos da Air France. O livro, publicado no último dia 10, apresenta, pela primeira vez, a transcrição das duas horas de conversas entre os pilotos do avião. Os diálogos estavam gravados em uma das caixas-pretas da aeronave. As conversas, segundo o livro, confirmam que os três pilotos não compreenderam o que ocorria e não perceberam o que deveria ser feito para evitar a tragédia. Quando o avião começa a perder altitude, um deles diz que está sem controle e que não compreendia o que se passava. No livro, há ainda relatos dos últimos instantes do vôo, quando um copiloto parece perceber que a aeronave vai cair. Na semana passada, a agência francesa que investiga as causas do acidente também condenou a publicação da obra e pediu sanções aos responsáveis. Todo mundo quer que as vítimas e o grande público fiquem ignorantes do que realmente ocorreu para que o Airbus A330 da Air France despencasse no mar e matasse todos os passageiros e tripulantes.
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