quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Secretário do Tesouro americano diz que crise manchou reputação dos Estados Unidos

O secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos precisam reconhecer sua responsabilidade no desencadeamento da última crise econômica, que causou "grande dano" à reputação do país. "Todo americano comprometido com a vida pública deve reconhecer que causamos um enorme dano a nossa reputação mundial ao permitir que o sistema financeiro chegasse ao ponto em que chegou e provocasse uma crise tão destrutiva para nós e para o mundo", disse Geithner durante entrevista coletiva em Washington. Geithner reafirmou que os dirigentes europeus também precisam "reconhecer" que reagiram tarde para enfrentar a crise da dívida pública que afeta vários países da zona do euro. "A Europa é muito importante para nós e não queremos vê-la enfraquecida por uma crise prolongada", disse o secretário do Tesouro, destacando que a União Européia tem os meios financeiros e a disposição para enfrentar a crise. Geithner criticou a recente decisão de vários grandes bancos de cobrar novas tarifas a seus clientes, justificando a medida pelo endurecimento da regulamentação adotado na lei de reforma de Wall Street promulgada em 2010: "Os bancos acusam as reformas e o governo para justificar tudo, incluindo muitos problemas nos quais têm uma responsabilidade central, e a maior parte da população está irritada com isto. Ela quer mudanças. Não há nada de surpreendente ou de incrível na resistência dos bancos às reformas, mas vamos repelir isto e no final vamos prevalecer". Também na terça-feira, Ben Bernanke, presidente do Banco Central americano (Federal Reserve), disse entender os protestos de jovens americanos que se manifestam em diferentes pontos do país, mas sobretudo em Wall Street, contra a atual situação econômica e o que acreditam ser as origens da crise. "De uma maneira geral, as pessoas estão muito descontentes com o estado da economia e com o que ocorre", disse Bernanke sobre o protesto iniciado em meados de setembro nos arredores de Wall Street, em Nova York: "Até certo ponto, não posso reprová-los. É fato que o desemprego está em 9,1% e o crescimento econômico segue muito fraco. A situação não é muito boa e protestam contra isto".

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