segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Na Síria, milícias sequestram e executam pacientes de hospitais
Milícias controladas pelo regime do ditador da Síria, Bashar al Assad, passaram a sequestrar pacientes em hospitais usando ambulâncias do Crescente Vermelho, além de prender e executar médicos, paramédicos e enfermeiros, informou a ONG internacional de direitos humanos Avaaz, com sede em Nova York. De acordo com a organização, os mortos pela repressão já podem estar em quase 6.000. Vídeos enviados por militantes mostram que as Shabiha, como são conhecidas as milícias que atuam para o governo, têm diversificado suas técnicas de repressão nas últimas semanas e passaram agora a rastrear os hospitais, sobretudo na capital Damasco e na cidade de Homs, em busca de manifestantes feridos, que acabam sendo presos ou executados. A Avaaz, organização internacional de direitos humanos criada em 2007, que conta com mais de 10 milhões de membros em diversos países, é atualmente a única ONG ocidental que mantém ativistas na Síria. Dados obtidos pela entidade indicam que, nos últimos dias, ao menos 57 pacientes foram sequestrados de hospitais nas cidades de Homs e Lattakia, e nove médicos foram presos por prestarem atendimento a manifestantes. No dia 4 deste mês, Rússia e China vetaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, que poderia pressionar figuras importantes, além do próprio ditador, congelar seus bens e isolar o país. China, Rússia, EUA, Reino Unido e França detêm poder de veto no órgão. Nenhum dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que criticam a ação ocidental na Líbia por ter "extrapolado" o mandato de proteção de civis, apoiou a resolução. A Avaaz diz que há também indícios de que o regime já tenha detido 12 mil pessoas. Um grupo de 60 militantes da entidade trabalha em campo coletando evidências para montar um caso contra Assad no Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia.
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