segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Ministro da Agricultura escolhe gaúcho do PMDB para diretoria da Conab
O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, quer nomear João Carlos Brum Torres, conhecido como "Caçapava", para a diretoria financeira da Conab, um conhecido e histórico antro da corrupção. Durante a primeira gestão de Tarso Genro, como prefeito de Porto Alegre, ele pediu a seu velho amigo, o senador Pedro Simon (ex-governador gaúcho), a indicação de um nome do PMDB para compor seu secretariado. Caçapava foi o indicado. Entrou no governo para uma função absolutamente supérflua, sem qualquer poder ou influência. Servia apenas para fazer uma ponte entre os então irreconciliáveis PT e PMDB no Rio Grande do Sul. No início do segundo ano de governo de Germano Rigotto (PMDB) no Rio Grande do Sul, Caçapava, então secretário do Planejamento, e como presidente da Fundação Ulysses Guimarães (do partido), ele elaborou e assinou um documento para ser apresentado ao Congresso do PMDB em Tramandaí. No documento ele recomendava que os peemedebistas esquecessem o passado de confronto com os petistas e que aprovassem a possibilidade de o partido fazer qualquer coligação partidária para as eleições (principalmente à prefeitura de Porto Alegre, naquele ano), inclusive com o PT. Seria a abertura necessária para as conversações com o petismo para a formação de uma chapa única à prefeitura da capital gaúcha, na qual sairia como candidato a prefeito o ex-vice-governador Miguel Rossetto (um nome do grupelho trotskista DS - Democracia Socialista), e o PMDB apresentaria o nome do vice. Um grupo de peemedebistas, ligados então ao vereador Sebastião Melo (hoje presidente do PMDB de Porto Alegre), redigiu um documento, cujo título era "O Rei está nú". O documento contrapunha-se firmemente contra a rejeição à história do partido e dos motivos que o confrontavam com o PT e os petistas, e denunciava a "traição" à história peemedebista. O documento de Caçapava foi totalmente rejeitado pelo Congresso de Tramandaí que, ao contrário, aprovou uma decisão vetando expressamente qualquer conversação ou coligação com o PT. Isso foi notícia nacional, e levou o então ministro-chefe da Casa Civil, o "mensaleiro" (chefe de quadrilha, conforme a Procuradoria da República) José Dirceu, a declarar à imprensa que o governo gaúcho de Rigotto deveria ter mais cuidado em sua relação com o PT e o governo federal, do qual dependia. Fez mais do que isso, ligou para Rigotto e exigiu um desmentido dos termos daquele documento saído do Congresso do PMDB. E Rigotto foi obrigado a dar uma entrevista coletiva dizendo que não era aquilo que havia sido decido em Tramandaí. Caçapava é um antigo membro da esquerda universitária gaúcha. Como professor do Curso de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele participou de um famoso seminário antes de 1968, no Curso de Sociologia da UFRGS, no qual expunha o pensamento do filósofo existencialista francês Merlau Ponty. Era contraditado pelo comunista Marco Aurélio Garcia (hoje clone de chanceler brasileiro), que defendia o pensamento do comunista trotskista francês Louis Althusser (este "humanista" francês, em um acesso de fúria e loucura, matou a sua mulher). Um terceiro professor expunha o pensamento de Hegel. Na época, os sujeitos próximos aos partidos comunistas eram chamados de "ampliação". João Carlos Brum Torres, o "Caçapa", continua na "ampliação". Com a diferença de que hoje não há ponte alguma para ser estabelecida entre PT e PMDB no Rio Grande do Sul. O PMDB e os peemedebistas já capitularam, hoje são apenas o mais vistoso satélite do PT.
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