segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Procura por ouro quadruplica na Bolsa
O volume de operações com ouro praticamente quadruplicou no País em 2011, ano conturbado nos mercados globais por conta da crise da dívida na Europa e o rebaixamento da avaliação de risco dos Estados Unidos. Em oito meses, foram 16.440 lotes negociados (pouco mais de quatro toneladas) na BM&FBovespa, contra 4.962 lotes (1,2 tonelada) em idêntico período em 2010. Há pelo menos dez anos os preços do metal têm subido, e somente nos últimos 12 meses já ascenderam mais de 45% no Exterior e mais de 30% no mercado brasileiro. O cenário mundial ajudou, com juros internacionais e Bolsas de Valores no chão. "A cotação subiu muito rápido porque os países começaram a repor seus estoques do metal", afirma o diretor comercial da corretora Ourominas, Joselito Soares. Mas os interessados devem saber que o precioso metal já está próximo do topo previsto para este ano, na visão atual de parte dos analistas. Sendo negociado em torno de US$ 1.850,00 a onça na praça de Nova York (a referência internacional), especialistas apontam para o preço-alvo de US$ 2.000,00 em médio prazo. Há quem discorde dessas projeções. O renomado economista e gestor Marc Faber, zombou daqueles que colocam a valorização atual do ouro como uma "bolha". Entre eles esteve o megainvestidor George Soros, que se pronunciou ainda em setembro do ano passado. Para Faber, o metal ainda está "dirt cheap" (baratíssimo, em tradução não literal) e deveria ter valor atual de US$ 6.000,00 a onça. "Esses preços estão refletindo a desconfiança dos investidores na capacidade dos políticos em resolver os problemas presentes nos Estados Unidos e na Europa", afirma José Inácio Franco, diretor da Reserva Metais, empresa brasileira especializada na negociação com o metal.
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