quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Rebeldes dão três dias para cidades leais a Gaddafi se renderem


O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes líbios, Mustafa Abdel Jalil, deu nesta terça-feira um ultimato de três dias para que as cidades que seguem leais ao ditador Muammar Gaddafi se rendam de maneira pacífica à revolução. Caso os redutos que continuam sob controle de Gaddafi não passem a apoiar os rebeldes até sábado, o Conselho recorrerá à força militar, afirmou ele durante coletiva de imprensa em Benghazi. Entre as últimas cidades resistentes aos rebeldes, está Sirte, terra natal do ditador, que recebe ataques aéreos da Otan, aliança militar do Ocidente. "Até sábado, se não houver indicações pacíficas para implementação disto, nós decidiremos isso militarmente. Não desejamos fazer isso, mas não podemos esperar mais", disse o chefe dos rebeldes. Jalil havia pedido à Otan que não abandonasse a campanha militar em prol dos rebeldes, já que, segundo ele, Gaddafi continua sendo uma ameaça. Em entrevista à rede catarina Al Jazeera, Jalil admitiu que os rebeldes não têm nem ideia do paradeiro de Gaddafi. "Se soubéssemos onde Gaddafi está agora, nossos revolucionários estariam a caminho para capturá-lo. Não temos informação de que Muammar Gaddafi esteja na Líbia ou em qualquer outro lugar". Os rebeldes já ofereceram US$ 1,7 milhão e anistia para quem capturar Gaddafi, vivo ou morto. As forças rebeldes seguem os avanços em direção a Sirte e combates também são registrados em Zawara, chave para o controle do principal posto fronteiriço com a Tunísia. Ao mesmo tempo, o CNT afirmou que iniciou um plano para desarmar a população líbia e colocar todas as milícias abaixo de um único comando em um Conselho Militar de Trípoli, capital. Um grupo defensor de direitos humanos afirmou nesta terça-feira que as tropas líbias leiais a Gaddafi forçaram civis a atuarem como escudos humanos, colocando inclusive crianças em tanques para tentar parar os ataques da aliança ocidental. Outros crimes de guerra foram detectados, como estupros, desaparecimentos e assassinatos. A organização Physicians for Human Rights entrevistou moradores da cidade de Misrata de 5 a 12 de junho para constatar tais informações. "Quatro testemunhas relataram que as tropas detiveram à força 107 civis e os usaram como escudos humanos para proteger munições militares de ataques da Otan", disse relatório.

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