quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Política secreta britânica sobre torturas é revelada
Um documento altamente sigiloso que revela de que maneiras agentes do MI5 e do MI6 foram autorizados a extrair informações de prisioneiros que sofriam tortura ilegal no exterior foi acessado pelo jornal e divulgado pelo jornal inglês "Guardian". As instruções quanto a interrogatórios, alguns de cujos detalhes são considerados delicados demais para que sejam revelados publicamente no inquérito do governo sobre o papel do Reino Unido na tortura e extradição ilegal de prisioneiros, instruía os líderes dos serviços de informações a comparar a importância da informação desejada ao nível de dor que seria necessário infligir ao prisioneiro. Essa norma do governo britânico esteve em vigor por quase uma década. Uma cópia das instruções sigilosas mostra que os líderes dos serviços de inteligência e ministros britânicos temiam que o público do país corresse maior risco de um ataque terrorista caso militantes islâmicos soubessem do teor das instruções. O documento visto pelo "Guardian" mostra que as instruções secretas para interrogatórios estiveram em vigor até que fossem alteradas por ordem do governo de coalizão, em julho do ano passado. O documento também reconhece que agentes do MI5 e MI6 podem ter violando leis britânicas e internacionais ao tentar obter informações junto a pessoas mantidas como prisioneiras por organizações estrangeiras que sabidamente utilizam tortura. Explica a necessidade de obter cobertura política para quaisquer ações potencialmente criminosas, por meio de consultas prévias aos ministros envolvidos. As instruções secretas quanto a interrogatórios foram divulgadas inicialmente para os agentes do MI5 e MI6 no Afeganistão em janeiro de 2002, para permitir que continuassem a interrogar prisioneiros que sabiam estar sofrendo maus tratos de integrantes das forças armadas norte-americanas. Sofreram pequenas alterações e foram expandidas em 2004, depois que se tornou evidente que número significativo de muçulmanos britânicos, radicalizados pela invasão do Iraque, estavam planejando ataques contra o Reino Unido. As instruções foram alteradas de novo em julho de 2006, durante a investigação de um complô para a derrubada de aviões em vôo sobre o Atlântico. Intitulado "política para contatos de agências com serviços de segurança e inteligência estrangeiros quanto a prisioneiros que podem estar sendo submetidos a maus tratos", o documento que continha as instruções foi encaminhado a agentes de inteligência que estavam encarregados de decidir que perguntas fazer aos prisioneiros.
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