quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Juíza assassinada havia denunciado oficial do setor de escolta para a Polícia Militar
A juíza Patrícia Acioli, assassinada na semana passada em Niterói, desconfiava da segurança do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro desde 2002. Ela vinculou um oficial da Coordenadoria Militar do órgão, responsável pelas escoltas, a dois réus de processos que conduzia. De acordo com o texto, a juíza disse, em ofício enviado à presidência do Tribunal de Justiça, em 2009, que o então major Fernando Salema, hoje coronel, membro da coordenadoria, pediu a ela a liberdade de Gilberto Gomes, sargento da Polícia Militar acusado de duplo homicídio e de forjar registro de morte em confronto com a polícia. A juíza apontou ainda que Salema se disse amigo do agente penitenciário Wilson Farias dos Santos, acusado de triplo homicídio e suposto autor da primeira ameaça relatada por ela ao tribunal. Por esse motivo, escreveu a juíza, ela desistiu, em 2002, da escolta oferecida pelo tribunal e buscou segurança diretamente na Polícia Militar. O caso foi denunciado à Corregedoria da Polícia Militar em 2002. No Tribunal de Tribunal, a juíza só registrou os casos em ofícios em 2009, após o então presidente do órgão, Luiz Zveiter, perguntar a ela porque investigava um policial do tribunal. O coronel Fernando Salema, que ainda integra a equipe de segurança do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, afirmou não ter motivo para interceder em uma decisão judicial.
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