segunda-feira, 4 de julho de 2011
Vaticano rejeita ordenação de bispo chinês sem autorização do papa
O Vaticano informou nesta segunda-feira que não reconhece como novo bispo de Leshan (cidade no centro-sul da China) o religioso Lei Shiyin, ordenado em 29 de junho sem autorização do papa Bento 16. O caso expõe a tensa relação entre o Vaticano e o governo de Pequim. Lei é vice-presidente da Associação Patriótica, a igreja "oficial" criada pelo regime comunista com o objetivo de controlar as atividades da chamada "igreja subterrânea", ligada a Roma. Ele tem dois filhos ilegítimos e seria membro de um órgão do parlamento chinês. Para o Vaticano, a ordenação do religioso foi um "ato unilateral" que pode provocar tensões e divisão na comunidade católica chinesa. Para evitar perseguição, o Vaticano nem sempre divulga o nome dos religiosos ordenados na China. Para justificar a decisão, a Santa Sé citou o Código de Direito Canônico da igreja, que prevê a excomunhão imediata de um bispo ordenado sem autorização do papa. Não está claro se ele já foi oficialmente excomungado ou não. Caso seja punido, Lei não poderá receber o sacramento da comunhão nem desempenhar qualquer função na Igreja Católica oficial. A nota esclarece também que o religioso chinês já tinha sido avisado de que não seria aceito como bispo pela Santa Sé. A ordenação de Lei foi a primeira que o Vaticano considerou ilegítima após a divulgação, em junho passado, das normas que prevêem a excomunhão aos bispos ordenados sem autorização papal.
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