terça-feira, 26 de julho de 2011
Juiz do Pará nega que tenha ajudado fuga de suspeitos
O juiz Murilo Lemos Simão, que conduz o processo do casal de extrativistas mortos há dois meses no Pará, divulgou nota nesta terça-feira negando que suas decisões tenham ajudado na fuga dos três suspeitos do crime. Na segunda-feira, movimentos sociais e familiares de José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo pediram o afastamento do juiz da comarca de Marabá, que por duas vezes rejeitou pedidos de prisão dos suspeitos feitos pela polícia. A atitude do juiz Murilo Lemos Simão foi considerada "absurda" pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. A ministra disse que a ação contribui com a impunidade. Na nota, o juiz não explicou por que não aceitou os pedidos de prisão. Ele afirma que atendeu outras solicitações da polícia, como a expedição de mandados de busca e apreensão durante as investigações. O juiz disse ainda que aguarda manifestação do Ministério Público para apreciar um terceiro pedido de prisão. Sobre o sigilo do caso, também criticado por familiares dos extrativistas, Simão declarou: "A intenção deste juízo foi o de assegurar o êxito das diligências policiais, sem pretensão de dificultar o conhecimento público dos fatos investigados". Para ele, o segredo das informações era "necessário" justamente para evitar a fuga dos suspeitos. "Tendo em vista que a autoridade policial concluiu o inquérito e, antes mesmo de ser proferida decisão acerca do último pedido de prisão preventiva, já tornou público os nomes e as fotos dos indiciados, não há mais que se falar em segredo de justiça", diz a nota. O inquérito policial sobre as mortes, entregue à Justiça na semana passada, apontou como mandante dos crimes José Rodrigues Moreira, de 42 anos, dono de áreas dentro do assentamento Praialta Piranheira, onde o casal vivia.
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