quinta-feira, 9 de junho de 2011
Governistas no Senado derrubam convites para ouvir Palocci
O Senado rejeitou nesta quarta-feira convites para o ex-ministro Antonio Palocci explicar sua evolução patrimonial nos últimos quatro anos. Em ampla maioria na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, os governistas derrubaram por 14 votos a 7 dois pedidos da oposição para que Palocci explicasse aos senadores as denúncias que o envolvem. Os requerimentos, que antes da demissão de Palocci eram de convocação do ex-ministro, se transformaram em convites, já que pelo regimento do Congresso o petista só poderia ser obrigado a depor se ainda estivesse no cargo. Mesmo com a possibilidade de Palocci recusar os convites, a base de apoio da presidente Dilma Rousseff compareceu em peso à reunião da Comissão de Constituição e Justiça para rejeitar os dois requerimentos. A oposição, em contrapartida, manteve os pedidos como gesto político para mostrar que a saída de Palocci não encerra a crise no governo. Os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protestaram contra a recusa dos requerimentos. "A demissão do ministro não pode se constituir em sentença de absolvição. Não nos exime da responsabilidade de buscar a verdade. Há indícios da maior seriedade e consistência que não foram cabalmente esclarecidos", afirmou Alvaro Dias. Para Randolfe, a demissão de Palocci deixa lacunas que precisam ser respondidas pelo Legislativo: "Creio que até senadores da base têm perguntas a serem feitas. A sociedade brasileira quer ouvi-las". Além de insistir nos convites para Palocci prestar esclarecimentos, a oposição promete manter a ofensiva na coleta de assinaturas para instalar CPI para investigar o crescimento do patrimônio do ex-ministro. Os oposicionistas têm 20 das 27 assinaturas necessárias para que a comissão seja instalada no Senado, mas o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) anunciou que vai retirar sua adesão com a saída de Palocci. O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que havia prometido assinar o requerimento, disse também não ver mais motivos para a instalação da comissão, o que na prática deve inviabilizar a sua instalação.
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