domingo, 29 de maio de 2011
Dilma mandou Palocci ameaçar o PMDB, e Temer retrucou: "Me respeita, Palocci"
A mando de Dilma, o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ligou para o vice-presidente, Michel Temer, ameaçando demitir ministros do PMDB se parlamentares do partido contrariassem o governo petista na votação do Código Florestal. Em telefonema para Temer, Dilma reclamou sobre a divulgação do confronto e disse que a "história é muito ruim". Ao confirmar que teve uma áspera discussão com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) na semana passada, o vice-presidente Michel Temer disse no sábado, depois de telefonar à presidente Dilma Rousseff, que "a situação agora é tranquilíssima". Temer contou que acertou três encontros com Dilma para esta semana: encontro no domingo pela manhã na Base Aérea, "para tirar uma foto sorridente", uma conversa na terça-feira, de preferência a sós, e um almoço no Palácio da Alvorada na quarta-feira com senadores do PMDB, incluindo os considerados "rebeldes", que costumam votar contra o governo. O motivo da tensão foi o que Temer chamou de "ameaça velada" feita por Palocci, em nome de Dilma. Na semana passada, ele ligou ao vice-presidente dizendo que demitiria ministros do PMDB em caso de derrota na votação do Código Florestal na Câmara. Temer negou ter falado palavrões, mas contou que na conversa com Palocci o clima esquentou: "A conversa foi tensa, admito que subi o tom, falei alto mesmo, mas quem me conhece sabe que não sou de falar palavrões". No telefonema para Temer, Dilma reclamou sobre a divulgação do confronto e disse que "essa história toda é muito ruim e precisa acabar logo com isso". Temer respondeu que está disposto a "ajustar os ponteiros" e que tem conversado bastante com Palocci. Para ele, o episódio chegou à imprensa superdimensionado: "Há muita intriga de ambos os lados, PT e PMDB". O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, reconheceu a gravidade da crise com o PMDB. A desavença ocorre em um momento de fragilidade do governo. Palocci está sob investigação do Ministério Público depois da revelação de que ele multiplicou monumentalmente seu patrimônio por 20 de 2006 a 2010.
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