terça-feira, 26 de abril de 2011

Usiminas pode ter pelotizadora em área que recupera no Rio de Janeiro

A Usiminas vai investir 92 milhões de reais para solucionar um dos maiores passivos ambientais do Brasil, um terreno de 850 mil metros quadrados no município de Itaguaí (RJ) que no futuro poderá abrigar um porto para exportar o minério de ferro e talvez uma pelotizadora da companhia. A Usiminas comprou o terreno que pertencia à Ingá Mercantil em leilão, por 72 milhões de reais, em uma região que está se configurando em um novo possível complexo industrial do Rio de Janeiro. Nos próximos 18 meses a companhia vai promover o encapsulamento geotécnico do passivo ambiental deixado pela Ingá: 2 milhões de toneladas de rejeitos contaminantes do solo como cádmio, zinco, arsênio, bário, entre outros. Por 20 anos será bombeada água na área para diluir as substâncias tóxicas. Na mesma região estão sendo feitos um porto pela Petrobras para escoar o petróleo do pré-sal, em parceria com a Companhia Siderúrgica Nacional e Gerdau; o Superporto do Sudeste, da LLX; o porto da Marinha para construção de submarinos; entre outros projetos que somam cerca de 10 bilhões de dólares, de acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento do Estado, Júlio Bueno. Segundo o presidente da Usiminas, Wilson Brumer, o minério será produzido em mina da empresa em Minas Gerais e voltado para a exportação. Por ter um baixo teor de ferro, no entanto, Brumer acha natural que se avalie a construção de uma pelotizadora no local: "A qualidade do minério de Minas Gerais é mais pobre do que Carajás, com teor em torno dos 40%, é natural que seja pelotizado, é uma discussão que começa agora, não queremos aquelas montanhas de minério para serem exportadas", explicou o executivo que já presidiu a mineradora Vale. A Usiminas criou a Mineração Usiminas no ano passado, na área de Serra Azul em Minas Gerais, onde está também a MMX, do empresário Eike Batista. A empresa tem reservas de 2,6 bilhões de toneladas de minério de ferro e prevê produzir 29 milhões de toneladas a partir de 2015. As siderúrgicas da Usiminas devem utilizar cerca de 8 milhões de toneladas e exportar o restante, informou Brumer.

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