quinta-feira, 7 de abril de 2011

Relatório brasileiro é favorável à poda sustentável na Amazônia

A poda sustentável de árvores na Amazônia para a extração de madeira poderia gerar ao País receita anual de US$ 6 bilhões (R$ 9,5 bilhões) e 170 mil empregos, segundo estudo encomendado pelo Ministério da Fazenda brasileiro. Além de garantir a preservação a longo prazo e de gerar renda e emprego para os habitantes da Amazônia, o chamado manejo florestal sustentável se transformaria em uma atividade econômica de utilidade para o Brasil, diz o documento. Apesar de o relatório não ter sido publicado, suas conclusões foram citadas em Belém pelo diretor do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), Antônio Carlos Hummel, para defender a rapidez na concessão de áreas da selva a madeireiros interessados em explorá-las de forma sustentável e combater a devastação sem controle. "A principal conclusão do estudo é que a atividade que mais pode gerar renda e emprego na Amazônia e, ao mesmo tempo, manter a floresta de pé, é o manejo florestal da madeira", disse Hummel. O estudo também identificou como atividade rentável o manejo de produtos como a castanha do Pará, o açaí e a borracha, que responderiam por 500 mil empregos. A renda calculada de US$ 6 bilhões anuais é mais que o dobro dos US$ 2,4 bilhões (R$ 3,9 bilhões) que o País obteve pela poda em áreas selváticas em 2009, quando o Brasil produziu 15,3 milhões de metros cúbicos de madeira na Amazônia. Segundo números oficiais, dos cerca de US$ 8,58 bilhões que o Brasil recebeu em 2009 por atividades florestais, 66,4% tiveram origem na silvicultura (principalmente a exploração de florestas cultivadas para a produção de papel) e 28,6% vieram da poda de madeira nas selvas nativas. A concessão de áreas da floresta para o manejo florestal foi regulamentada em 2006, mas é agora que começa sua caminhada. A única área concedida e em exploração é a floresta nacional do Jamari (96.540 hectares), mas o Serviço Florestal Brasileira já adjudicou a floresta de Saracá (48.857 hectares), lançou a licitação para ceder a de Amapá (210.161 hectares) e estudou outras seis áreas com um total de 1,1 milhão de hectares. "Nosso objetivo é fechar este ano com um milhão de hectares concedidos e ter até 2025 com dez milhões de hectares operados por concessionárias", indicou Hummel. O diretor do SFB explicou que o governo pode conceder 10 milhões de hectares de floresta, outros 10 milhões de hectares de áreas selváticas destinadas a assentamentos rurais e 10 milhões de hectares de reservas extrativistas, seriam explorados de forma sustentável por seus habitantes. Com os contratos, os madeireiros podem explorar as áreas por 40 anos mediante planos aprovados pelo governo que só permitem a poda anual de 3,33% da concessão para poder garantir a recuperação da selva. A concessionária precisa fazer um inventário dos recursos da reserva e comprometer-se a não extrair mais que 25 metros cúbicos de madeira por hectare, a manter 10% das árvores de pé para que possam fornecer sementes e a não cortar espécies com menos de três exemplares por hectare.

Nenhum comentário: