quarta-feira, 6 de abril de 2011
Kátia Abreu adere ao PSD e condena a disputa de poder na política
Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu anunciou nesta quarta-feira sua saída do partido Democratas (DEM) e a adesão ao futuro Partido Social Democrático (PSD), cujo principal articulador é o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A senadora, que anunciou sua saída da legenda oposicionista no Plenário do Senado, criticou os principais partidos brasileiros por atuarem em um sistema político em que "a política tornou-se mera disputa de poder". "Hoje os partidos são identificados não pelo que propõem, mas pela sua posição em relação ao governo. Oposição ou situação? Aos primeiros cabe dizer não; aos segundos cabe dizer sim, não importa se o que está em pauta coincide ou não com o programa e a doutrina de cada qual. Oposição terá sempre que dizer não, como se fosse uma empresa de demolição, enquanto os da base aliada se comprometem incondicionalmente com o sim", disse a senadora, que evitou afirmar que o novo PSD será de oposição ou de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff. Como se vê, ela plantou direitinho o tapete da adesão à base do petismo. "Perguntam-me se o PSD fará oposição ou se fará parte da base do governo. Não é assim tão banal. Se fosse, não seria preciso criá-lo. É evidente que as forças políticas que sustentam o atual governo filiam-se a uma corrente de pensamento distinta da minha. No essencial, divergimos, o que não impede que, em alguns momentos, possamos convergir", afirmou. Kátia Abreu, que terá também como futuro filiado o governador do Amazonas, Omar Aziz, cuja saída do PMN está decidida, defendeu ainda o "fim da farsa" de supostas correntes programáticas dos atuais partidos políticos e disse que o futuro PSD não irá favorecer a carreira política de seus criadores, como Gilberto Kassab. "Acusam o novo partido, que sequer saiu do papel, de servir a propósitos pessoais, de favorecer as carreiras de seus organizadores. Se fosse assim, melhor seria não criá-lo. Mais fácil seria permanecer onde estávamos, já que a criação de um partido, no Brasil, efetivamente enraizado na sociedade e com propósitos definitivos, e é o que pretende o PSD, é um empreendimento trabalhoso, caro e de altíssimo risco", disse. Principal articulador para a fundação do PSD (Partido Social Democrático), Kassab defendeu na terça-feira uma "parceria" com o governo da presidente Dilma Rousseff, gestão que, segundo ele, "está indo bem". Ao participar de reunião com a Frente Nacional dos Prefeitos, no Palácio do Planalto, Kassab ressaltou, no entanto, que não se sente à vontade para dizer que ele, como representante da nova legenda política, será da base aliada dilmista. "O partido está nascendo agora e serão respeitadas as posições de todos. Eu mesmo apoiei o candidato Serra em 2010, mas poucos tiveram uma parceria com o governo Lula como eu. Na campanha, independentemente dessa parceria, eu fui um dos principais apoiadores do candidato Serra. Então eu não me sentiria à vontade para dizer, vou ser da base da presidente Dilma, mas vou ter o mesmo comportamento que tive no governo Lula", disse. "Eu vou procurar contribuir para o seu governo. Esse é o papel de qualquer brasileiro. Ela foi eleita e está indo bem, felizmente", afirmou. Essa ginástica toda é para tentar iludir que ele se bandou para a base de apoio petista.
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